Morre, aos 84 anos, o pianista Arthur Moreira Lima

Morre, aos 84 anos, o pianista Arthur Moreira Lima


O músico participou de importantes orquestras fora do país

Foto: Carlos Gustavo Kersten/Divulgação

O músico participou de importantes orquestras fora do país. (Foto: Carlos Gustavo Kersten/Divulgação)

O pianista Arthur Moreira Lima morreu na noite desta quarta-feira (30), aos 84 anos, em Florianópolis (SC). Ele estava tratando um câncer de intestino que descobriu no ano passado.

Alguns dos destaques de sua carreira foram as interpretações de grandes compositores como Liszt, Chopin, Prokofiev e Villa-Lobos, além de popularizar a música brasileira com gravações de Ernesto Nazareth e clássicos do choro e do samba.

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, lamentou a morte do pianista. “O Brasil perde Arthur Moreira Lima, um dos maiores pianistas de sua época e que adotou Santa Catarina como sua terra natal. Um artista que viajou pelo mundo e dedicou a sua vida a levar a música clássica a todos os cantos do país, encantando corações e mentes com o seu talento único”, disse nas redes sociais.

Nascido no Rio de Janeiro em 1940, o pianista de renome internacional iniciou seus estudos ainda criança e fez seu primeiro recital profissional em 1949, no Theatro da Paz, em Belém (PA). Na época, venceu importantes concursos no Brasil, como o Jovens Solistas, promovido pela Orquestra Sinfônica Brasileira, nas edições de 1949 e 1952.

O músico participou de importantes orquestras fora do país. Segundo informações do Instituto Brasileiro de Piano, entre as orquestras e regentes com quem se apresentou, destacam-se as bandas filarmônicas de Leningrado, Moscou e Varsóvia, as sinfonias de Berlim, Viena e Praga, além da BBC de Londres e das orquestras nacionais francesas. .

No Brasil, entre os artistas e grupos com os quais trabalhou, um dos destaques é o conjunto Época de Ouro, fundado por Jacob do Bandolim, o cantor e violonista Elomar Figueira Mello e os maestros e multi-instrumentistas Paulo Moura e Heraldo do Monte.

A partir da década de 1990, Lima passou a se apresentar com maior frequência em espaços públicos para a população sem acesso a salas de concerto e shows. Tocou em eventos no Morro da Mangueira e na Favela da Rocinha, além de percorrer o país a bordo de um caminhão-teatro, a partir de 2003, realizando shows gratuitos. O projeto, denominado “Um Piano pela Estrada”, levou a música a locais onde o acesso à cultura era precário, com mais de 500 shows realizados.