Ministros petistas veem possível reforma na “cota pessoal” de Lula

Ministros petistas veem possível reforma na “cota pessoal” de Lula


Na opinião de auxiliares, o presidente estaria inclinado a fazer alterações nas pastas que estão sob o comando do seu partido. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de realizar uma reforma ministerial neste mês de janeiro acendeu o sinal amarelo entre os ministros petistas da Esplanada. Como as mudanças serão “pontuais” e “localizadas”, a avaliação é que aqueles auxiliares integrantes do PT ou da cota pessoal do presidente da República deverão ser substituídos prioritariamente.

Na prática, dizem as fontes, Lula está mais inclinado a concentrar a “minirreforma” em pastas que hoje estão sob o controle do seu próprio partido, mas que não renderam o que o chefe do Executivo esperava nestes dois primeiros anos de mandato – como ocorreu com o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT-RS), demitido na semana passada para dar lugar ao publicitário Sidônio Palmeira.

Nesse sentido, um dos nomes citados que estão na mira do presidente é o do chefe da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo, responsável pela articulação entre o governo petista e os movimentos sociais.

Seu nome voltou a ser citado nos últimos dias após a publicação do período de férias no “Diário Oficial da União (DOU)”. O chefe da Secretaria-Geral ficará afastado do cargo até o dia 24 deste mês, ou seja, no mesmo período em que Lula poderá anunciar a reforma em questão e quando ocorrerá a primeira reunião ministerial do ano, marcada acontecerá entre os dias 20 ou 21 de janeiro.

Apesar dessa sinalização, interlocutores de Macêdo garantem que Lula já o convidou formalmente para estar na reunião ministerial ampliada deste mês. Portanto, a expectativa é que o chefe da Secretaria-Geral faça uma breve pausa nas férias para retornar a Brasília e participar da reunião no Palácio do Planalto. Além disso, quem está ao redor de Macêdo argumenta que ele está sendo cogitado para deixar o governo.

Como argumento, esses interlocutores dizem que Lula teria sinalizado, em reunião na semana passada, que conta com o ministro para continuar suas tarefas em 2025. Outro nome que pode surgir é o do ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha (PT-SP). Isso porque seu cargo é um dos mais cobiçados pelo Centrão. Caso isso aconteça, Padilha poderá migrar para o Ministério da Saúde, secretaria que atualmente está sob o comando de Nísia Trindade.

Questionados sobre isso, os interlocutores de Padilha admitem que ele aceitaria essa “missão” caso recebesse tal pedido do presidente da República, ainda que o ministro já tenha ocupado essa mesma cadeira no passado. Por outro lado, as mesmas fontes afirmam que, até agora, Lula não realizou nenhum levantamento nesse sentido.

Como parte desse xadrez, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias (PT-PI), também é citado como possível alvo de uma reforma ministerial. Ele poderia abrir espaço, dizem fontes, para a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), cujo nome está sendo cogitado tanto para a cadeira do MDS quanto para a Secretaria-Geral.