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A Editorial Sul
| 3 de janeiro de 2025
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (3) a suspensão dos pagamentos destinados por emendas parlamentares a organizações não governamentais (ONGs) que não atendam a critérios de transparência.
As emendas parlamentares são verbas previstas no Orçamento da União e são pagas conforme indicação dos deputados e senadores. Os parlamentares destinam os valores para obras e ações em seus estados ou municípios. A decisão ocorre após a Controladoria-Geral da União (CGU) afirmar, em relatório, que metade das 26 entidades fiscalizadas não possui mecanismos adequados para fiscalizar a aplicação dos recursos. No documento, o ministro determina:
– realização de auditoria da CGU nas 13 ONGs que não seguem os critérios de transparência; e estabelece prazo de 60 dias para apresentação de relatório sobre o tema;
– a intimação de entidades que não atendam integralmente aos critérios para cumprir a determinação de transparência no prazo de 10 dias; e
– o cadastramento dessas ONGs nos sistemas de Cadastro de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e na lista de Entidades Privadas Sem Fins Lucrativos Impedidas (CEPIM).
No documento, Dino estabelece que a Advocacia-Geral da União (AGU) tem cinco dias para comunicar aos ministérios que não deverão ser feitas novas transferências aos referidos órgãos. A elaboração do relatório da CGU que baseou a decisão atendeu a um pedido do próprio Dino, que é relator das ações que indicam falta de transparência no repasse de recursos públicos via emendas parlamentares.
Desde agosto de 2024, Flávio Dino restringe o pagamento dessas emendas e exige que os poderes Executivo e Legislativo apresentem um modelo mais transparente para divulgar os detalhes desse dinheiro: quem indicou, onde está o dinheiro e o que será gasto, por exemplo.
A fiscalização da CGU foi realizada por amostragem e o critério de seleção para análise foi o volume de recursos repassados às entidades. Foram escolhidas 26 entidades para avaliação de um universo de mais de 600 ONGs que receberam recursos.
De acordo com o relatório da CGU, das 26 entidades selecionadas e que deveriam promover a transparência na aplicação dos recursos provenientes de emendas parlamentares, constatou-se que:
– 13 deles (50%) não oferecem transparência adequada ou não divulgam informações;
– 9 entidades (35%) apresentam a informação de forma incompleta, ou seja, existem dados de algumas alterações ou apenas de anos anteriores sem atualização suficiente;
– 4 entidades (15%) promovem a transparência da informação de forma adequada, considerando acessibilidade, clareza, detalhe e exaustividade;
– Ainda segundo a CGU, outras 7 entidades não foram contabilizadas, porque não receberam pagamento no período de 2020 a 2024, embora haja registo de reservas de recursos a partir de 2 de dezembro do ano passado.
“No que diz respeito à liberação de recursos para ONGs com irregularidades detectadas, constatou-se que nenhuma das entidades avaliadas possui restrições ou irregularidades registradas nas bases de dados do Cadastro de Empresas Desabilitadas e Suspensas (Ceis) e na lista de Empresas Sem Propósito Lucros Impedidos de Entidades Privadas (CEPIM)”, afirma o relatório. As informações são do portal de notícias g1.
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Ministro Flávio Dino suspende repasses de aditivos para ONGs que não atendem a critérios de transparência
03/01/2025
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