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A Editorial Sul
| 27 de dezembro de 2024
Dino diz que as informações prestadas pela Câmara na madrugada desta sexta-feira não responderam às perguntas anteriores.
Foto: Jeferson Rudy/Agência Senado
Dino diz que as informações prestadas pela Câmara na madrugada desta sexta-feira não responderam às perguntas anteriores. (Foto: Jeferson Rudy/Agência Senado)
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino deu à Câmara dos Deputados o prazo até às 20h desta sexta-feira (27) para responder, “objetivamente”, quatro questões sobre as emendas da comissão ainda pendentes de pagamento.
Dino diz que a informação prestada pela Câmara na madrugada desta sexta-feira não respondeu às questões anteriores – e volta a colocar as questões “em forma de questionário, para facilitar a resposta”.
Na última segunda-feira (23), Flávio Dino determinou a suspensão do pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão para 2024 – e determinou que a Polícia Federal investigue a liberação desse valor.
Essa decisão de Dino colocou em dúvida uma carta publicada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e por líderes partidários da Câmara que, em tese, “confirmava” as indicações de R$ 4,2 bilhões em emendas da comissão.
Os deputados afirmam que há irregularidades neste documento – por exemplo, a inclusão de valores que não haviam sido discutidos pelas próprias comissões. E que, ao enviar esta carta ao Palácio do Planalto para arrecadar os recursos, Lira e dirigentes teriam descumprido as normas vigentes quanto às emendas.
“A propósito, lembro, mais uma vez, que não existem ‘alterações de líder’ no ordenamento jurídico nacional. A Constituição Federal trata exclusivamente de ‘emendas individuais’ e ‘emendas de bancada’, enquanto as ‘emendas de comissão’ são regulamentadas pela Resolução nº. 001/2006, do Congresso Nacional, e, mais recentemente, pela Lei Complementar nº. 210/2024”, diz Flávio Dino na decisão desta sexta.
“Desde agosto de 2024, há tentativas persistentes do STF de viabilizar a plena execução orçamentária e financeira, com a ‘efetiva entrega de bens e serviços à sociedade’, nos termos da Constituição Federal (art. 165, § 10) e do leis nacionais. Porém, aproxima-se o final do exercício, sem que a Câmara dos Deputados forneça as informações essenciais, insistindo em interpretações incompatíveis com os princípios constitucionais da transparência e da rastreabilidade, imperativos para a regular aplicação dos recursos públicos”, afirma Dino em outro trecho.
Câmara defende legalidade das alterações
Na madrugada desta sexta-feira, o Departamento Jurídico da Câmara dos Deputados enviou informações ao STF para defender a legalidade do procedimento.
No documento, a Câmara diz: “que ‘não são válidos os argumentos de que a deliberação das alterações da comissão é oculta ou fantasiosa, pois estão documentados detalhadamente nos autos, com ampla publicação na internet’”;
“que a suspensão do funcionamento das comissões entre os dias 12 e 20 de dezembro não teve relação com as alterações e que é ‘a prática nesta Câmara, quando há necessidade de apreciação pelo Plenário de assuntos urgentes relevantes para o País ‘”;
“que os líderes partidários, ao confirmarem as alterações já indicadas pelas comissões, basearam-se “em entendimentos uniformes de seis consultores jurídicos do Poder Executivo” – e, portanto, não houve desobediência à decisão do STF.
(AG)
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Ministro do Supremo não aceita resposta e dá novo prazo para a Câmara dos Deputados explicar emendas
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