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A Editorial Sul
| 3 de janeiro de 2025
Ministro tomou decisão com base em relatório da CGU, que apontou que apenas 15% das entidades atendiam aos critérios. (Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF)
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (3) a suspensão dos pagamentos destinados por emendas parlamentares a 13 organizações não governamentais (ONGs) que não atendem a critérios de transparência.
A decisão do ministro ocorre após a Controladoria-Geral da União (CGU) afirmar, em relatório, que metade das 26 entidades fiscalizadas não possui mecanismos adequados para fiscalizar a aplicação dos recursos.
No documento, o ministro determina ainda:
* realização de auditoria da CGU nas 13 ONGs que não seguem os critérios de transparência; e estabelece prazo de 60 dias para apresentação de relatório sobre o tema;
* convoca as outras 9 entidades que não atendem integralmente aos critérios para cumprirem a determinação de transparência no prazo de 10 dias; e
* o cadastramento dessas ONGs nos sistemas de Cadastro de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e na lista de Entidades Privadas Sem Fins Lucrativos Impedidas (CEPIM).
Segundo Dino, “a ausência ou insuficiência de transparência ativa dificulta o controlo, especialmente o controlo social, essencial para uma supervisão adequada e garantia de responsabilização [prestação de contas] na aplicação de recursos públicos”.
O ministro também decidiu que a Advocacia-Geral da União (AGU) tem cinco dias para comunicar aos ministérios que não deverão ser feitos novos repasses aos referidos órgãos.
As emendas parlamentares são verbas previstas no Orçamento da União e são pagas conforme indicação dos deputados e senadores. Os parlamentares destinam os valores para obras e ações em seus estados ou municípios.
A elaboração do relatório da CGU que baseou a decisão atendeu a um pedido do próprio Dino, que é relator das ações que indicam falta de transparência no repasse de recursos públicos via emendas parlamentares.
Desde agosto de 2024, Flávio Dino restringe o pagamento dessas emendas e exige que os poderes Executivo e Legislativo apresentem um modelo mais transparente para divulgar os detalhes desse dinheiro: quem indicou, onde está o dinheiro e o que será gasto, por exemplo.
Relatório
A fiscalização da CGU foi realizada por amostragem e o critério de seleção para análise foi o volume de recursos repassados às entidades. Foram escolhidas 26 entidades para avaliação de um universo de mais de 600 ONGs que receberam recursos.
De acordo com o relatório da CGU, das 26 entidades selecionadas e que deveriam promover a transparência na aplicação dos recursos provenientes de emendas parlamentares, constatou-se que:
* 13 deles (50%) não oferecem transparência adequada ou não divulgam informações;
* 9 entidades (35%) apresentam a informação de forma incompleta, ou seja, existem dados de algumas alterações ou apenas de anos anteriores sem atualização suficiente;
* 4 entidades (15%) promovem a transparência da informação de forma adequada, considerando acessibilidade, clareza, detalhe e completude.
Ainda segundo a CGU, outras 7 entidades não foram contabilizadas, por não terem recebido pagamento no período de 2020 a 2024, embora haja registo de reservas de recursos a partir de 2 de dezembro do ano passado.
“No que diz respeito à liberação de recursos para ONGs com irregularidades detectadas, constatou-se que nenhuma das entidades avaliadas possui restrições ou irregularidades registradas nas bases de dados do Cadastro de Empresas Desabilitadas e Suspensas (Ceis) e na lista de Empresas Sem Propósito Lucros Impedidos de Entidades Privadas (CEPIM)”, afirma o relatório.
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Ministro do Supremo Flávio Dino suspende repasses para ONGs que receberam emendas parlamentares sem dar transparência adequada
03/01/2025
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