Ministro do Supremo arquiva inquérito que investigava os senadores Renan Calheiros e Eduardo Braga

Ministro do Supremo arquiva inquérito que investigava os senadores Renan Calheiros e Eduardo Braga


A investigação investigou subornos pagos por um farmacêutico.

Foto: Pedro França/Agência Senado

A investigação investigou subornos pagos por um farmacêutico. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e encerrou investigação da Operação Lava-Jato sobre suspeitas de propina a políticos do MDB. A decisão beneficia os senadores Renan Calheiros (AL) e Eduardo Braga (AM).

A investigação foi aberta após o depoimento do executivo Nelson Mello, ex-diretor de relações institucionais da Hypermarcas, que afirmou ter repassado dinheiro a políticos para que atuassem em favor dos interesses da empresa entre 2013 e 2015.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, concluiu que não há provas das acusações e pediu o encerramento do inquérito. “Não há evidências que demonstrem que os parlamentares foram os destinatários finais das vantagens ilícitas”, escreveu Gonet em parecer enviado ao STF.

A posição do procurador-geral contraria a Polícia Federal, que em setembro indiciou os senadores por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Quando a PGR solicita o arquivamento, é costume os ministros do STF encerrarem o inquérito.

“A Procuradoria-Geral da República defende que a investigação carece de outras linhas inexploradas que possam efetivamente contribuir para a produção de provas confirmatórias dos factos acima resumidos. Com isso, diante do manifesto desinteresse do Ministério Público Federal, fica inviável a continuidade do caminho investigativo”, explicou Fachin.

O ex-senador Romero Jucá (RR), o lobista Milton Lyra e o próprio Nelson Mello estão sendo investigados. O inquérito foi desmembrado e, em relação aos três, que não têm foro devido à sua função, caberá à Justiça do Distrito Federal decidir se há elementos para dar continuidade à investigação.

“O senador Eduardo Braga, embora lamente a denúncia vazia de que foi vítima, considera que a justiça finalmente foi feita”, diz a nota enviada pela defesa do parlamentar. (AE)