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A Editorial Sul
| 13 de janeiro de 2025
A ação resultou na morte de dois integrantes do movimento social.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A ação resultou na morte de dois integrantes do movimento social. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, disse neste domingo (12), em Tremembé (SP), que o grupo que atacou o assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pretendia subtrair um lote de terras do assentamento rural, legalizadas para reforma agrária.
A ação dos criminosos, ocorrida na noite de sexta-feira (10), resultou na morte de dois integrantes do movimento social. Outras seis pessoas necessitaram de cuidados hospitalares.
“Eles [os membros do MST] eles estavam dentro do assentamento, não incomodavam ninguém. E [os atiradores] queriam subtrair muito, eles [os assentados] eles foram defender o lote. Isso aconteceu às cinco da tarde. Às oito da noite, esse grupo de vândalos chegou e atirou, matando dois dos assentados”, disse Teixeira em entrevista coletiva em Tremembé, local do velório das vítimas.
Segundo o MST, Valdir do Nascimento, Valdirzão, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, 28, foram mortos a tiros. Nascimento foi um dos líderes do assentamento.
“O que esperamos é que a polícia esclareça a autoria deste crime e o verdadeiro mandante deste crime. E isso pode dar segurança a esses assentados que querem seguir com a vida, querem produzir alimentos”, acrescentou o ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar.
Teixeira disse ainda que a atuação dos criminosos não vai atrapalhar o programa de reforma agrária do governo federal. “Pelo contrário, ele [o programa] avançará no sentido de assentar pessoas, garantindo a produção de alimentos e garantindo a segurança dos assentados”.
A Polícia Civil de São Paulo informou que prendeu no sábado (11) um dos suspeitos de matar as duas pessoas que estavam no assentamento.
Segundo a polícia, o detido, identificado como mandante intelectual do crime, é conhecido como Nero do Piseiro e já tinha antecedentes criminais por posse ilegal de arma de fogo. Ele foi reconhecido por testemunhas que viram os criminosos chegando ao local em carros e motos.
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, também presente no velório das vítimas em Tremembé, reafirmou o compromisso do governo federal na investigação do caso.
“Estamos aqui hoje, a pedido do presidente Lula, para reafirmar o compromisso do nosso governo na investigação dos fatos. Do ponto de vista do Ministério dos Direitos Humanos, dizer que a nossa equipe estará aqui acompanhando as famílias, ouvindo individual e coletivamente construindo uma proposta de proteção coletiva”.
O ministro destacou ainda que os movimentos sociais estão em risco no estado de São Paulo, e defendeu medidas protetivas.
“Continuamos lutando e sabemos que aqui em São Paulo precisamos ter uma atenção muito especial, porque nossos movimentos estão sob fogo e linhas de fogo. E o nosso povo não pode perecer por causa dos algozes, que são aqueles poucos que pensam ser donos de todas as riquezas do nosso país”, disse.
Gilmar Mauro, da diretoria nacional do MST, disse que a área onde está localizado o assentamento de Tremembé atrai interesse imobiliário de grupos criminosos devido à sua localização privilegiada.
“Esta é uma região com muitos assentamentos próximos às áreas urbanas e, portanto, motivo de impulso ao capital imobiliário local. Primeiro invadindo áreas de reservas florestais e depois invadindo lotes dentro de assentamentos com o objetivo de transformá-los em áreas de condomínios e especulação imobiliária”, disse.
Segundo ele, o avanço dos grupos criminosos conta com a participação de milícias armadas, como a que cometeu os crimes na sexta-feira. “É claro que há conluio por parte dos políticos regionais e, obviamente, o uso de forças milícias para levar a cabo a execução e o massacre que realizaram ontem no assentamento.”
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Ministro diz que ataque mortal ao MST teve como objetivo tomar terras
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