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A Editorial Sul
| 9 de outubro de 2024
“Houve agora um concurso, uma licitação, e os judeus, o povo de Israel, venceram”, disse José Múcio. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou nesta terça-feira (8) que “questões ideológicas” interferem nos negócios do departamento. A afirmação foi feita em evento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que marcou a parceria entre a entidade e o departamento militar.
“Houve agora uma competição, uma licitação, e os judeus, o povo de Israel, venceram. Mas, por causa da guerra, do Hamas, dos grupos políticos, temos esse concurso pronto, mas por questões ideológicas não podemos aprová-lo”, comentou o ministro.
Apesar de não especificar o caso, Múcio provavelmente se referiu ao grupo israelense Elbit Systems, que venceu em abril uma licitação para fornecimento de 36 veículos blindados para a artilharia do Exército. O negócio, porém, foi travado por questões internas que impediram sua concretização. Uma delas é a posição contrária de Celso Amorim, assessor-chefe de Assuntos Internacionais da Presidência da República.
Os críticos da compra argumentam que é incoerente o governo brasileiro adquirir equipamentos militares de Israel, cujas ações na Faixa de Gaza são criticadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e afirmam que a compra dos obuses, por quase R$ 1 bilhão , poderia financiar os ataques israelitas aos palestinianos. Com base nos critérios técnicos e de menor preço, a empresa israelense venceu a licitação contra empresas da França, China e Eslováquia.
No mês passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) respondeu a uma pergunta do Ministério da Defesa afirmando que as leis brasileiras não impedem que as Forças Armadas comprem material de empresas sediadas em países em guerra e que não existem tratados internacionais de segurança. para o Brasil ser signatário que criam obstáculos nesse sentido.
Segundo Múcio, o TCU não permitiu que o contrato “fosse entregue à segunda colocada”, a empresa tcheca Excalibur. A KNDS França, terceira colocada na disputa, entrou com uma representação no Tribunal de Contas alegando irregularidades no concurso vencido pela empresa israelense. A empresa europeia solicitou medida cautelar para suspender o processo de compra até que a representação seja analisada.
Durante evento na CNI, Múcio também comentou que seu ministério estava “órfão”, sem ter “com quem conversar”. Segundo o ministro, a esquerda “achava que [militares] eles planejaram aquele golpe, e a direita ficou furiosa porque o golpe não aconteceu.”
Na opinião de Múcio, a população deveria creditar às forças de defesa do Brasil por não quebrarem a democracia, tentada no ataque aos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
“Porque, se muitos atribuem às Forças Armadas o golpe de 1964, deveriam ter creditado às Forças Armadas o facto de não ter havido golpe em 2023. Foram as Forças Armadas que preservaram e garantiram a nossa democracia”, afirmou o Ministro da Defesa. Defesa.
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Ministro da Defesa afirma que “questões ideológicas” interferem nos negócios da Defesa brasileira
09/10/2024
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