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A Editorial Sul
| 22 de janeiro de 2025
Após a entrevista do ministro, a Casa Civil negou que se discutisse uma “intervenção artificial” para reduzir os preços dos alimentos.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Após a entrevista do ministro, a Casa Civil negou que se discutisse uma “intervenção artificial” para reduzir os preços dos alimentos. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta quarta-feira (22) que o governo federal buscará “intervenções” para baratear os alimentos. Segundo ele, haverá reuniões com os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Fazenda sobre o tema. Ele fez a afirmação em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, do CanalGov, veículo institucional do governo federal.
A inflação é uma das maiores preocupações do governo federal. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva teme que o aumento dos preços dos alimentos afecte a sua popularidade.
Rui Costa afirmou que haverá conversas com outros ministérios ligados à questão da alimentação “para procurar um conjunto de intervenções que sinalizem a redução dos preços dos alimentos”. Afirmou ainda que, nos dois primeiros meses do ano, serão implementadas medidas sugeridas pelos supermercados para tentar conter os preços.
Após a entrevista, a Casa Civil negou que se discutisse uma “intervenção artificial” para reduzir os preços dos alimentos. “O governo discutirá com os ministérios e produtores de alimentos as medidas que poderão ser implementadas”, afirmou o ministério em nota.
À noite, em entrevista à CNN, o ministro corrigiu-se da afirmação que fez anteriormente e afirmou que iria substituir a palavra “intervenção” por “medidas”.
Mais cedo, o ministro da Casa Civil afirmou que o clima afetou a colheita do ano passado, e que isso contribuiu para a inflação alimentar. Segundo ele, a expectativa é de aumento nas principais safras deste ano, o que contribuiria para queda desses valores.
“Não faz sentido subir os salários se os preços sobem na mesma proporção”, declarou Rui Costa. Ele afirmou que Lula tem dois compromissos principais, com a inclusão social – que inclui programas assistenciais, obras e outras ações – e o equilíbrio fiscal. “Se não há equilíbrio fiscal, quem paga as contas mais caras são os mais pobres”, afirmou.
Medições de radar
À noite, em entrevista à CNN, Costa disse que uma das medidas estudadas é a redução da taxa cobrada às lojas pelos cartões de vale-alimentação. Ele afirmou ainda que não deve ser adotada alteração da validade dos produtos.
“Se for um produto que não é destinado ao consumo humano, limpeza, etc., você poderia até avaliar (a alteração do prazo de validade), discutir; mas para alimentação, uso pessoal, isso não faz parte da nossa cultura e não está no cenário adotar essa medida”, afirmou.
Além disso, destacou que a eventual venda de medicamentos em supermercados precisa ser discutida com o Ministério da Saúde. Sobre o vale-alimentação, o ministro disse que é “uma das medidas que avaliamos se é possível implementar”. “Se houver viabilidade técnica e parecer favorável do Tesouro e do Banco Central, podemos implementar”, comentou.
Segundo ele, as medidas a anunciar “vão no sentido da redução de custos no sistema de comercialização de alimentos”.
“Lula está nos orientando a nos reunirmos com a sociedade e com os ministros e colhermos sugestões de iniciativas que possam contribuir para uma maior oferta de alimentos, focadas principalmente naqueles alimentos que tiveram, no último período, um maior aumento (de preço).”
Segundo ele, os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário deverão apresentar sugestões que possam ser adotadas para estimular a produção de alimentos. Disse que o governo “procurará tomar” medidas para que os preços dos principais alimentos possam cair. “Uma dessas medidas (analisadas pelo governo) é redirecionar os estímulos para focar na produção de alimentos que tiveram maiores variações de preços”, mencionou.
Rui Costa disse que o tempo para alterações nos preços dos alimentos depende do tipo de alimento. “Vai depender de quais produtos procuramos criar incentivos para aumentar a oferta e conter aumentos de preços”, afirmou. No entanto, disse que o governo irá, “o mais rápido possível”, adotar tais medidas.
“Independentemente de termos o conjunto de medidas a tomar, as primeiras que chegarem a consenso podem agora ser implementadas”, afirmou, comentando que as sugestões das entidades grossistas serão incluídas nas análises que faremos para conter os preços.
(Estadão Conteúdo)
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Ministro-chefe da Casa Civil de Lula cita “intervenção” para baratear alimentos e diz que termo é “inadequado”
2025-01-22
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