Ministro Alexandre de Moraes abre inquérito para apurar vazamento de mensagens de ex-assessor

Ministro Alexandre de Moraes abre inquérito para apurar vazamento de mensagens de ex-assessor


Eduardo Tagliaferro nega veementemente ter divulgado as mensagens.

Foto: Reprodução

Eduardo Tagliaferro nega veementemente ter divulgado as mensagens. (Foto: Reprodução)

Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) abriu inquérito para apurar a origem do vazamento de mensagens indicando trânsito direto entre auxiliares de seu gabinete e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). ) no decorrer das investigações sobre apoiadores de Bolsonaro.

O perito Eduardo Tagliaferro, que era chefe do setor de combate à desinformação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi convocado para prestar depoimento. O perito afirmou que nunca foi procurado e que não procurou ninguém para negociar o material em troca de dinheiro. Tagliaferro disse ao delegado que entregou o celular desbloqueado durante as investigações de um caso de violência doméstica e que tramita em Caieiras, na região metropolitana de São Paulo.

A investigação foi aberta nesta segunda-feira (19), e tramita em sigilo no Supremo Tribunal Federal. Os arquivos não são digitalizados, padrão para investigações realizadas em sigilo judicial. O advogado Eduardo Kuntz, que representa o perito, solicitou acesso aos autos para saber exatamente em que circunstâncias Tagliaferro é citado no despacho de abertura da investigação. Em ofício enviado ao STF, o criminalista afirma que seu cliente foi solicitado a “prestar esclarecimentos sobre fatos ainda desconhecidos”.

“Sem a intenção de causar qualquer constrangimento, atraso ou adiamento indevido para a realização do referido ato, é imprescindível que seja imediatamente disponibilizado o acesso pleno e irrestrito aos elementos de informação que informam este procedimento, sob pena de o referido ato ficar comprometido” , diz o documento.

A suspeita é que as conversas tenham sido extraídas do celular do perito. Não se sabe, porém, se foi ele mesmo quem tornou públicas as conversas. Tagliaferro nega veementemente ter divulgado as mensagens. A interlocutores, ele afirmou que não vazou dados do próprio celular e que “jamais se exporia e colocaria sua vida em risco”.

Em maio de 2023, o perito foi preso em flagrante, sob acusação de violência doméstica, o que motivou seu desligamento do cargo no TSE. Na ocasião, seu celular foi apreendido pela Polícia Civil de São Paulo. Consta no boletim de ocorrência que o aparelho estava lacrado, o que significa que estaria inacessível. O celular ficou seis dias na delegacia.

O episódio de violência ocorrido nos tribunais fez com que ele deixasse o cargo de chefe do núcleo de combate à desinformação do TSE. O perito ocupou o cargo durante a presidência de Moraes da Justiça Eleitoral.