Ministério da Educação suspende criação de cursos a distância até 2025 e fixa prazo para criar novas regras

Ministério da Educação suspende criação de cursos a distância até 2025 e fixa prazo para criar novas regras


A medida foi anunciada por meio da portaria 528, publicada em edição extra do Diário Oficial da União

Foto: Reprodução

A medida foi anunciada por meio da portaria 528, publicada em edição extra do Diário Oficial da União. (Foto: Reprodução)

O MEC (Ministério da Educação) suspendeu a criação de novos cursos de graduação a distância, bem como a criação de novas vagas e polos de ensino a distância (EAD), até 10 de março de 2025.

A medida foi anunciada por meio da portaria 528, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, nesta sexta-feira (07), e assinada pelo ministro Camilo Santana (PT).

O MEC está revisando o marco regulatório da educação a distância, que proporcionará novos referenciais de qualidade para a oferta de cursos a distância. O prazo para esta obra é 31 de dezembro de 2024.

Nos últimos anos, o ensino a distância cresceu no Brasil (são 4,3 milhões de alunos), como alternativa a cursos mais baratos e com potencial para atender uma população que precisa conciliar trabalho e estudo.

Por outro lado, algumas dessas graduações são alvo de questionamentos de especialistas devido à baixa qualidade, estrutura precária para aulas remotas e suporte aos alunos.

Outra crítica é a oferta limitada de experiências práticas, o que dificulta a formação de novos profissionais. No mês passado, o MEC aprovou a nova regra que prevê pelo menos 50% das aulas presenciais para cursos de graduação (cursos de formação de professores).

“Ficam suspensas até 10 de março de 2025 a criação de novos cursos de graduação na modalidade a distância, o aumento de vagas em cursos de graduação a distância e a criação de polos de ensino a distância por instituições do Sistema Federal de Ensino, incluindo universidades e centros universitários. ”, diz o artigo 4º da portaria.

O MEC ressalta, porém, que a “suspensão de que trata o caput não se aplica aos cursos de instituições públicas do Sistema Federal de Ensino vinculadas a políticas e programas governamentais”.

Para discutir como devem funcionar os cursos a distância, o MEC afirma que restabelecerá, em junho, um processo de reuniões com gestores, especialistas, conselhos federais e representantes de instituições de ensino superior sobre a oferta de cursos a distância.

Hoje, a maioria dos que ingressam no ensino superior no país ingressa remotamente. “A ideia é aprofundar o debate iniciado no ano passado. Além de avaliar as possibilidades e condições de oferta de cursos específicos, o MEC pretende promover um processo de diálogo público sobre aspectos relevantes que orientará a revisão das atuais regras de credenciamento e autorização de cursos, formas de avaliação, parâmetros de qualidade e diretrizes de educação a distância”, diz o ministério em nota.

Durante o processo de reconstrução do marco regulatório, o MEC afirma que também retomará o andamento de processos que haviam sido suspensos pela portaria 2.041, de 29 de novembro de 2023, que, na época, suspendeu o processo de autorização de cursos superiores EaD.

Essa retomada de processos será utilizada para cursos já avaliados, com exceção de Direito, Medicina, Odontologia, Psicologia e Enfermagem. “Esses cursos ainda não foram visitados, terão que aguardar a revisão dos instrumentos de avaliação, para serem elaborados em consonância com o novo marco regulatório”, afirmou o MEC, em nota.