Macron elogia Lula por posição do Brasil em relação às eleições na Venezuela

Macron elogia Lula por posição do Brasil em relação às eleições na Venezuela


O presidente francês conversou por telefone com Lula.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente francês conversou por telefone com Lula. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O Presidente da França, Emmanuel Macron, demonstrou apoio à postura do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o resultado das eleições na Venezuela. Numa publicação em português nas suas redes sociais, Macron afirmou estar “junto com Lula” no apoio à “aspiração do povo venezuelano por uma eleição transparente”.

“Juntamente com o presidente Lula, apoiamos o desejo do povo venezuelano por eleições transparentes. Esta exigência está no cerne de qualquer democracia”, declarou Macron.

Antes de postar, o presidente francês conversou por telefone com Lula. Segundo o Itamaraty, Macron elogiou a iniciativa do Brasil ao emitir uma nota conjunta com a Colômbia e o México na semana passada, na qual os três países pediam a divulgação dos registros eleitorais. O presidente francês também “elogiou a posição do país (Brasil) em incentivar o diálogo entre o governo e a oposição venezuelana”, afirmou o Itamaraty, em nota.

Além da declaração conjunta com Colômbia e México, Lula exigiu na semana passada do governo venezuelano a divulgação dos registros eleitorais, documentos que registram os votos e os resultados de cada local de votação e que ainda não foram divulgados oficialmente por Caracas.

A oposição venezuelana afirma que o candidato da oposição Edmundo González venceu, com base na contagem dos registos eleitorais. Os Estados Unidos reconheceram a vitória de González. No sábado (3), uma contagem independente dos registros eleitorais feita pela agência de notícias Associated Press indicou que o candidato da oposição venceu a eleição com uma diferença de 500 mil votos.

A Venezuela foi às urnas na semana passada, e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que corresponde ao sistema de justiça eleitoral da Venezuela, anunciou a vitória de Maduro mesmo sem divulgar os registros eleitorais. A CNE, liderada por um aliado do presidente venezuelano Nicolás Maduro, alegou um atraso no sistema de contagem de votos devido a um ataque cibernético.

A oposição disse ter acesso a mais de 80% das atas através de representantes que compareceram à grande maioria dos locais de votação, e criou um site onde publicou todos os documentos. A verificação da Associated Press foi baseada nesta ata.

Edmundo González

Edmundo González, adversário de Nicolás Maduro, se autoproclamou o novo presidente da Venezuela nesta segunda-feira (5). A oposição, liderada por González e María Corina Machado, contesta o resultado eleitoral desde o dia da votação, 28 de julho.

“Vencemos esta eleição sem qualquer discussão. Foi uma avalanche eleitoral, cheia de energia e com uma organização cidadã admirável, pacífica, democrática e com resultados irreversíveis. Agora cabe a todos nós garantir que a voz do povo seja respeitada. Prosseguimos imediatamente com a proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República”, afirma um comunicado assinado por González e María Corina Machado, líderes da oposição.

A autoproclamação de González tem caráter simbólico, pois segundo a legislação venezuelana, a CNE tem o poder legal de proclamar um novo presidente.