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A Editorial Sul
| 21 de outubro de 2024
A disputa entre o Palácio do Planalto e a liderança do Senado tem dificultado a indicação de nomes para vagas em agências reguladoras. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Uma disputa entre o Palácio do Planalto e a liderança do Senado tem travado a indicação de nomes para vagas em agências reguladoras. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta retomar o controle do processo político para nomear alguns desses cargos, mas os parlamentares resistem ao pedido e buscam preservar a influência que atualmente exercem sobre parte dos cargos, segundo líderes do Congresso e membros do governo. A informação é do blog da jornalista Renata Agostini, do jornal O Globo.
No papel, a prerrogativa de fazer indicações é do presidente da República e cabe ao Senado avaliar os candidatos, aprovando-os ou não. Durante o governo Jair Bolsonaro, porém, um acordo com a cúpula do Congresso fez com que a maioria dos nomes deixasse o próprio Senado. Agora, os parlamentares não querem abrir mão do espaço conquistado. Eles argumentam que pelo menos metade das vagas são de direita da Câmara.
Lula quer renegociar esse percentual. O presidente diz nos bastidores que é preciso restaurar a “normalidade institucional” e que a lista de nomes deve partir do Executivo, afirma um ministro.
As negociações envolvem o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), principal candidato a assumir a Câmara no próximo ano e por meio de quem foram feitas negociações para indicações durante o governo Bolsonaro .
O Palácio do Planalto começou a pedir indicações aos ministérios para formar uma lista de nomes de agências. Alguns assessores do presidente defendem que a lista seja enviada ao Congresso até o próximo mês. O tempo do Senado, porém, parece ser diferente.
Aliados de Pacheco têm dito que o tema não é prioritário e há outros assuntos mais urgentes, como o acordo sobre alterações parlamentares, a reforma tributária e a dívida do Estado.
Apesar de ter a legislação a seu favor, Lula sabe que o jogo não é simples e assessores presidenciais admitem que as negociações em torno do tema deverão ser duras nas próximas semanas.
Cabe ao presidente do Senado organizar as audiências e os senadores devem votar os nomes. Sem acordo, o Planalto corre o risco de ver seus indicados rejeitados e estabelecer-se um impasse.
A situação vem provocando uma briga velada entre ministros e senadores, que tentam dar a conhecer seus nomes nos bastidores. Uma das disputas é para o cargo de diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O ministro Alexandre Silveira (PSD), de Minas e Energia (MME), quer indicar Pietro Mendes, secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis e atual presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Um grupo de senadores, porém, tenta adiantar o nome de Daniel Maia Vieira, indicado em 2020 para o órgão, com a benção de Alcolumbre, então presidente do Senado.
O MME também gostaria de indicar Artur Watt Neto para a ANP. Procurador federal da Advocacia-Geral da União (AGU) e consultor jurídico da PPSA, seu nome foi levado a Silveira por Otto Alencar (PSD), com quem mantém laços familiares na Bahia —a tia de Artur é casada com o irmão de Artur. senador. Otto afirma que a nomeação está sendo feita com base no currículo de Watt, que tem “plena capacidade para ocupar cargo do âmbito” da ANP.
Outro indício que Silveira tenta encaminhar é para uma vaga aberta na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para lá, o ministro gostaria de enviar o atual secretário de Energia Elétrica do MME, Gentil Nogueira Sá Junior.
Há vagas abertas também em outras autoridades que estão fora da jurisdição de Minas e Energia, como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Agência Nacional de Águas (ANA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (Anvisa).
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Lula tenta retomar nomeações para agências reguladoras; Senado resiste
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