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A Editorial Sul
| 22 de setembro de 2024
Lula afirmou ainda que falta ambição e ousadia para cumprir as metas.
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Lula afirmou ainda que falta ambição e ousadia para cumprir as metas. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Em discurso realizado neste domingo (22) na Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou as ações da ONU e as medidas climáticas tomadas. Lula disse que são “louváveis e significativos”, mas que “ainda nos falta ambição e ousadia”.
Em 2015, os 193 países membros das Nações Unidas estabeleceram uma agenda comum de 17 objetivos de desenvolvimento sustentável e 169 metas que devem ser alcançadas até 2030. Contudo, devido à inércia da comunidade internacional em promovê-los com firmeza, o presidente destaca que o acordo está a caminho de se tornar “o nosso maior fracasso colectivo”.
“Os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável foram o maior empreendimento diplomático dos últimos anos e estão no caminho certo para se tornarem o nosso maior fracasso colectivo”, disse ele. Segundo Lula, apenas 17% das 17 metas da Agenda 2030 serão alcançadas no prazo. Estes objetivos são um conjunto de metas globais estabelecidas pela Assembleia Geral — como a proteção do ambiente, a erradicação da pobreza, a redução da desigualdade — da Agenda 2030.
O petista apelou ainda a “transformações estruturais” para resolver o que chamou de “crise de governação global”. Em discurso durante a abertura da Cúpula do Futuro da ONU, que antecede a Assembleia Geral, Lula destacou que atualmente “a maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para fazer cumprir suas decisões”.
“A Assembleia Geral perdeu a vitalidade e o Conselho Económico e Social foi esvaziado. A legitimidade do Conselho de Segurança diminui cada vez que aplica padrões duplos ou permanece silencioso diante das atrocidades”, disse o presidente.
Lula disse que a “pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e as mudanças climáticas revelaram as limitações dos organismos multilaterais”.
Ele também destacou, antes de ter seu microfone cortado por ultrapassar o limite de tempo, que o Sul Global “não está representado de forma consistente com o seu peso político atual”. Entre as reivindicações de Lula, a reforma do Conselho de Segurança é uma das mais antigas da sua agenda. Nos dois primeiros mandatos, o petista já defendia a reestruturação do órgão e buscava que o país ocupasse uma das cadeiras permanentes do Conselho.
Desde a sua criação, o órgão é composto por dez países rotativos em suas cadeiras e cinco permanentes. São eles os Estados Unidos, a Rússia, a China, o Reino Unido e a França.
Os chamados P5 têm poder de veto sobre as decisões de um dos poucos órgãos diplomáticos que podem tomar decisões obrigatórias na comunidade internacional.
A Cimeira do Futuro foi organizada com o objectivo de coordenar a acção global para enfrentar estes desafios de governação. Os líderes da ONU adotaram neste domingo o Pacto para o Futuro com acordos sobre as reformas necessárias para o sistema multilateral.
“Nossa responsabilidade comum é abrir caminhos diante de novos riscos e oportunidades. O Pacto para o Futuro nos mostra o rumo a seguir. O documento trata de temas importantes como a dívida dos países em desenvolvimento e a tributação internacional de uma forma sem precedentes. A criação de um fórum de diálogo entre Chefes de Estado e de Governo e líderes de instituições financeiras internacionais promete colocar a ONU no centro do debate econômico global”, disse Lula durante seu discurso.
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Lula critica ONU e diz que medidas climáticas são um “fracasso coletivo”
2024-09-22
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