Lula assina decreto de reajuste do salário mínimo para R$ 1.518

Lula assina decreto de reajuste do salário mínimo para R$ 1.518


O salário mínimo é a menor remuneração que um trabalhador formal pode receber no país.

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O salário mínimo é a menor remuneração que um trabalhador formal pode receber no país. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que define o novo valor do salário mínimo. A informação foi divulgada pelo Palácio do Planalto. O documento foi assinado durante reunião na tarde desta segunda-feira (30) com Gabriel Galípolo no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. O economista assumirá o Banco Central (BC) no dia 1º de janeiro.

Após a reunião com Galípolo, que estava acompanhado do ministro Fernando Haddad (Fazenda), Lula assinou o decreto de reajuste do salário mínimo. Com a nova regra de crescimento acima da inflação, o salário mínimo em 2025 deverá aumentar em R$ 106 e será de R$ 1.518.

O reajuste leva em conta a inflação de 2024 e o crescimento da economia brasileira, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB). Na sexta-feira (27), porém, Lula sancionou a lei que alterou essa fórmula de reajuste – e estabeleceu um teto de 2,5% para o aumento real do mínimo (ou seja, além da inflação). A medida visa adequar o crescimento do piso salarial do país aos limites definidos pelo novo quadro fiscal. O teto é válido entre 2025 e 2030.

Se os critérios anteriores fossem mantidos, sem o teto de 2,5%, o salário mínimo subiria para R$ 1.528 (considerando o INPC de 4,84% e os 3,2% referentes à variação do PIB de dois anos antes).

Até esta sexta-feira, a política de valorização mínima considerava a soma da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nos 12 meses até novembro, com o índice de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores. Não houve reajuste de piso ou teto.

A regra de gastos do governo permite que as despesas cresçam, acima da inflação, entre 0,6% e 2,5%. O reajuste real do salário mínimo seguirá a mesma regra: não poderá ser inferior a 0,6% nem superior a 2,5%. O novo teto de crescimento do salário mínimo faz parte do pacote de medidas apresentado pelo Ministério das Finanças para equilibrar as contas públicas. O texto foi aprovado pelo Congresso Nacional às vésperas do recesso de deputados e senadores, em dezembro.

Como o nome já indica, o salário mínimo é a menor remuneração que um trabalhador formal pode receber no país. A Constituição diz que os trabalhadores urbanos e rurais têm direito a:

“Salário mínimo, fixado em lei, unificado nacionalmente, capaz de suprir suas necessidades vitais básicas e de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e seguridade social, com reajustes periódicos que preservem o poder de compra , sendo proibida sua vinculação para qualquer fim”.

Ou seja: segundo a Constituição, o salário mínimo tem que ser reajustado pelo menos pela inflação, para garantir a manutenção do chamado “poder de compra”.

Se a inflação for de 10%, os salários têm de subir pelo menos 10% para garantir que seja possível comprar, em média, os mesmos produtos.

“É importante lembrar, e o presidente Lula destacou hoje, durante a assinatura do decreto, que no seu governo o salário mínimo será reajustado acima da inflação todos os anos, ou seja, um ganho real. Um compromisso com o processo de distribuição de renda, que é o papel do salário mínimo”, destacou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, conforme anunciado pelo ministério.

Para o ministro, seria uma “tragédia” se não houvesse a política de aumento do salário mínimo que foi aprovada em 2023. A expectativa de Marinho é que em 2025 o país continue seu ciclo de crescimento.

Segundo informações divulgadas em maio pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 54 milhões de pessoas no Brasil – um em cada quatro brasileiros.

O Dieese calcula ainda que 22,7 milhões de pessoas são afetadas diretamente no bolso pelo nível do salário mínimo.

Além dos trabalhadores que, por contrato, recebem um salário mínimo (ou múltiplos do salário mínimo), há também pensões e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) vinculados ao mesmo valor. O salário mínimo também gera impactos indiretos na economia, como o aumento do “salário médio” dos brasileiros e o aumento do poder de compra dos trabalhadores. As informações são do portal de notícias G1.