SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – O líder espiritual Kleber Aran Ferreira e Silva, 50 anos, médium autodeclarado e um dos líderes do Templo do Amor Supremo, foi condenado em primeira instância por crimes sexuais.
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Ele foi preso por equipes da Polícia Civil da Bahia neste sábado (9), na sede do templo, no bairro Pituba, em Salvador. Na época, ele cumpria um cronograma de três dias de consultas e tratamentos.
Responsável pela defesa de Kleber Aran, o advogado Cristiano Lázaro Fiuza Figueiredo afirmou que o processo está tramitando em sigilo e que, por isso, não poderia se manifestar.
Kleber Aran foi condenado a 20 anos e cinco meses de prisão por estupro por fraude e estupro de pessoa vulnerável – aquele cometido contra uma pessoa que não pode oferecer resistência. Ele também foi condenado a pagar indenização de R$ 50 mil a cada vítima por danos morais.
A sentença foi proferida na última quinta-feira (7) pela Justiça, que determinou a prisão preventiva do condenado. Os nomes das três vítimas, todas de Salvador, foram preservados.
O médium Kleber Aran ganhou notoriedade como líder da Associação Sociedade Espírita Brasileira Amor Supremo, na qual se apresentava como um médium que encarna um espírito conhecido como “Dr. Fritz”.
O líder espiritual formou uma comunidade no templo do Amor Supremo, onde centenas de pessoas foram em busca de seus supostos atributos espirituais. Ele disse que era capaz de realizar cirurgias, curas e salvar carma.
O Ministério Público do Estado da Bahia abriu investigação sobre o caso em 2021 a partir de notícias de abusos enviadas ao Conselho Nacional do Ministério Público pelo projeto “Justiceiras”, que atua na proteção dos direitos das mulheres e no combate à violência de gênero.
A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público em abril de 2022. A denúncia descreve Aran como uma pessoa com “alto poder de manipulação” e utilizava rituais para “buscar constantemente a satisfação de seus desejos libertinos, por meio da subjugação da dignidade sexual da mulher “que frequentavam o templo.
A Folha de S.Paulo teve acesso à sentença que determinou a condenação de Kleber Aran. Além dos depoimentos de vítimas e testemunhas, o conjunto de provas também incluiu áudios e mensagens enviadas por Aran às vítimas via WhatsApp.
Uma das vítimas relatou ter sofrido abusos entre 2014 e 2018. Ela começou a frequentar o templo em 2013, passando a trabalhar como voluntária na casa religiosa a convite de Aran.
O abuso teria começado em 2014, quando Aran teria começado a assediar a vítima fingindo ser incorporada por uma entidade chamada “Rainha”. Indicou que a vítima deveria ceder às investidas sexuais sem questionar, pois isso deveria fornecer “energia sexual” para que pudesse cumprir a sua missão.
Segundo o depoimento da vítima, Aran aproveitou-se de sua fé e admiração para submetê-la a diversos atos de violência. Ela afirma ter sido obrigada a fazer uma tatuagem como prova de devoção e submissão ao líder religioso.
Em outras ocasiões, Aran teria exigido que ela se submetesse a atos sexuais com ele e outras mulheres sem usar camisinha. Ela afirma que, mesmo sem querer, praticava atos sexuais por acreditar que seriam rituais sagrados.
A segunda vítima teria sido abusada entre 2017 e 2018, quando tinha entre 16 e 18 anos. Ele teria começado a assediá-la, alegando que ela seria uma “escolhida” e a convidando para festas onde incentivava o consumo de álcool, alegando que isso lhe daria energia.
Um dia, alegando ser incorporado, Aran teria levado a vítima a um hotel. A vítima afirma ter mantido relações sexuais com ele entendendo que seria uma obrigação e que seria recompensada espiritualmente.
Meses depois, insatisfeito com o rompimento, Aran teria feito ameaças espirituais, afirmando que a mãe da vítima ficaria doente e sua avó morreria.
Os abusos da terceira vítima foram registrados entre 2016 e 2018. A vítima teria procurado a instituição Amor Supremo em 2014, período em que enfrentou depressão. Foi convidada para atuar como voluntária por Aran, criando um vínculo de gratidão e carinho.
Ele teria cometido o abuso sob o mesmo argumento de obtenção de energia espiritual, alegando ser incorporado por uma entidade, e num momento em que a vítima estava embriagada.
Na avaliação do Ministério Público, os depoimentos das três vítimas, somados aos depoimentos de pessoas que faziam parte da comunidade, apontam para “condutas seriadas do agressor sexual na abordagem às suas vítimas”.
O líder espiritual teria construído um clima de confiança, levando-os a acreditar que os avanços do médium eram resultado de supostas necessidades espirituais, criando um ciclo de abusos.
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