Juros cobrados no rotativo do cartão de crédito sobem para 445,8% ao ano, o maior em 18 meses

Juros cobrados no rotativo do cartão de crédito sobem para 445,8% ao ano, o maior em 18 meses


O aumento registrado no mês passado foi de 7,4 pontos percentuais.

Foto: Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

O aumento registrado no mês passado foi de 7,4 pontos percentuais. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Os juros médios cobrados pelos bancos nas operações de cartão de crédito rotativo voltaram a subir em novembro, e atingiram 445,8% ao ano em novembro, o maior nível desde maio do ano passado. A informação foi divulgada pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (27).

O aumento registrado no mês passado foi de 7,4 pontos percentuais. São as maiores taxas médias de juros da modalidade registradas desde maio de 2023, quando o índice era de 454% ao ano.

O crédito rotativo do cartão de crédito é utilizado por quem não consegue pagar o valor integral da fatura na data de vencimento. Caso o cliente não pague, o banco deverá parcelar o saldo devedor ou oferecer outra forma de quitação da dívida em condições mais vantajosas no prazo de 30 dias.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu no início deste ano que os juros das operações de rotativo e parcelamento em 2024 não poderão ultrapassar 100% do valor da dívida original. Maio é o quinto mês de vigência da decisão que limitou o débito total do cartão de crédito.

Enquanto isso, a taxa de juros do parcelamento do cartão passou de 180% para 183,3%. Assim, a taxa de juros total do cartão de crédito variou de 82,2% para 83,2% em novembro.

No caso dos cheques especiais, os juros cobrados em novembro foram de 137,7%, ante 135,5% em outubro.

Inflação

Outro dado divulgado nesta sexta foi a prévia da inflação, medida pelo IPCA-15, que desacelerou para 0,34% em dezembro após subir 0,62% no mês anterior, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta. No ano, o índice fechou em 4,71%, o menor patamar desde 2020. Mesmo assim, ficou acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A meta é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Quando a taxa ultrapassa o teto, ou seja, 4,5%, o presidente do Banco Central é obrigado a publicar uma carta aberta explicando os motivos do não cumprimento da meta traçada para o ano.

Na alimentação, os preços subiram e pesaram no resultado. O grupo Alimentação e Bebidas subiu 1,47% no mês. No ano, o salto foi de 8%, com avanços em carnes, azeite e café, por exemplo.

A maior pressão veio da alimentação no domicílio, que registrou variação de 1,56% em dezembro, com altas no óleo de soja e nas carnes. A alimentação fora do domicílio, por sua vez, acelerou 1,23%. (AG)