Influenciadora passa por três cirurgias para restaurar lábio após uso de PMMA

Mariana Michelini, 36 anos, realizou o terceiro enxerto para reconstrução do rosto na sexta-feira (11/08), em Araranguá, em Santa Catarina. A influenciadora perdeu o lábio em dezembro de 2020, após passar por preenchimento labial com PMMA —injetado sem o conhecimento de Mariana.

Por meio de um vídeo publicado nas redes sociais, ela relatou que estava tomando antibióticos e analgésicos, e conseguia escovar os dentes superiores e a língua.

Mariana informou aos seus seguidores que seria utilizado um retalho de língua como enxerto, para restaurar o lábio inferior — costurado para garantir a vascularização na boca, sendo descosturado após a finalização. Agora, a dieta da influenciadora ficará restrita a alimentos líquidos, como aconteceu após os outros dois enxertos para reconstrução do lábio superior.

Considerado por muitos profissionais de saúde um caso impossível, Mariana conseguiu realizar a reconstrução labial por meio de uma iniciativa gratuita, voltada para pacientes de baixa renda que possuem deformidades faciais. Quem acompanha o caso é o cirurgião bucomaxilofacial Raulino Brasil.

A influenciadora fez seu primeiro preenchimento labial em 2020, em Matão, São Paulo. Ela declarou que, em vez do ácido hialurônico, foi injetado polimetilmetacrilato (PMMA) — componente plástico permanente, classificado como de risco máximo pela Anvisa e não recomendado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) — sem seu conhecimento. O resultado foi uma inflamação, fazendo com que ela tivesse que remover o lábio superior.

O que é PMMA

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o PMMA é um componente plástico, utilizado na área da saúde e em outros setores produtivos. Em nota, o órgão ressalta que a substância precisa ser administrada por profissionais médicos capacitados e que não há indicação de aumento de volume, seja corporal ou facial —em relação ao uso em procedimentos estéticos.

As aplicações de PMMA permitidas no Brasil são:

• Correção da lipodistrofia — um alteração no organismo que leva à concentração de gordura em algumas partes do corpo, causada pelo uso de antirretrovirais em pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).
• Correção volumétrica facial e corporal — uma forma de tratar alterações, como irregularidades e depressões do corpo, preenchendo as áreas afetadas por meio da bioplastia.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica informa que a substância, utilizada em procedimentos estéticos, pode resultar em uma série de complicações, como nódulos, massas e processos inflamatórios e infecciosos, causando danos estéticos e funcionais desastrosos e irreversíveis, além de necrose, cegueira , embolia e mortes.

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*Estagiário sob supervisão de Jaqueline Fonseca