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A Editorial Sul
| 11 de janeiro de 2025
A alta do dólar foi o principal fator para que a inflação ultrapassasse o teto da meta. (Foto: Freepik)
O forte crescimento da atividade econômica, a depreciação cambial e os fatores climáticos foram os motivos do não cumprimento da meta de inflação em 2024, segundo carta enviada pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Citando um “contexto de expectativas de inflação não ancoradas e de inércia inflacionária no ano passado”, o texto menciona ainda que “a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal afetou significativamente os preços e as expectativas dos ativos”.
A desvalorização de 24,5% do real frente ao dólar em 2024, segundo o texto, foi o fator que mais contribuiu para que a inflação ultrapassasse o teto da meta. E esta desvalorização teria resultado principalmente de fatores internos.
“O fato de o real ter sido a moeda com maior desvalorização em 2024, considerando seus pares no nível internacional e os países avançados, sugere que fatores domésticos e específicos do Brasil desempenharam um papel significativo nesse movimento cambial”, escreveu Galípolo, observando que os efeitos dos pagamentos de transferências cambiais diretas e indiretas ainda devem entrar em vigor este ano.
No documento, Galípolo menciona ainda que, de acordo com as projeções do cenário de referência do Relatório de Inflação de dezembro, a inflação permanecerá acima do teto da meta (4,5%) até o terceiro trimestre deste ano, após o qual entrará em trajetória de declínio, mas ainda permanecendo acima da meta de 3%.
Acima do teto
O índice utilizado para a meta oficial de inflação encerrou 2024 com alta acumulada de 4,83%, acima do teto objetivo de 4,5% —meta central de 3,0% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Desde que o regime de metas de inflação foi adotado no Brasil em 1999, esta é a oitava vez que a meta é perdida, depois de 2022, 2021, 2017, 2015, 2003, 2002 e 2001.
Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, o texto do Banco Central ignorou o que seria o cerne da questão: a política fiscal. “Ela (a política fiscal) foi o centro da pressão da demanda e da depreciação cambial. Mas eu realmente não esperava que a questão tributária entrasse em jogo. Veremos muito pouco disso nos documentos do BC num futuro próximo”, criticou.
“A inflação em dezembro foi mais generalizada e disseminada, mas podemos dizer que o câmbio é um dos fatores que influencia os preços. Existem muitos alimentos precificados em dólar e muitos produtores optam pela exportação dependendo do câmbio. Tem também o impacto que o dólar tem nos custos e nos componentes”, disse o gerente de pesquisas do IBGE, André Almeida. (Com informações das agências e do Estadão Conteúdo)
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Inflação no Brasil: forte crescimento econômico foi citado como motivo para superação da meta em 2024
11/01/2025
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