Indústria gaúcha tem alta recorde após desastre da enchente

Indústria gaúcha tem alta recorde após desastre da enchente


Setor cresce 34,9% em junho, após queda de 27,3% em maio. (Foto: EBC)

A retomada da produção industrial no Rio Grande do Sul em junho teve clara influência no aumento de 4,1% do setor no país em relação a maio, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A indústria gaúcha avançou 34,9% em junho, após cair 27,3% em maio devido às enchentes.

O aumento de 34,9% foi o maior da série histórica do Rio Grande do Sul segundo pesquisa do IBGE, enquanto o aumento de 4,1% no Brasil foi o mais intenso desde julho de 2020 (9,1%), em momento inicial de recuperação do pandemia.

Diferentes setores contribuíram para o aumento da indústria gaúcha em junho, como o químico; derivados de petróleo; veículos motorizados; máquinas e equipamentos; e metalurgia, segundo o analista de pesquisa Bernardo Almeida.

“Após um período de paralisação devido às enchentes, as atividades foram retomadas em diversas plantas industriais do Rio Grande do Sul. Isso foi decisivo para o resultado positivo da indústria gaúcha”, afirma.

Na comparação com junho de 2023, porém, houve queda de 0,5% na produção gaúcha. O resultado acumulado da produção nos 12 meses até junho é de queda de 2,3%, enquanto em 2024 a queda é de 1%. Com o desempenho de junho, a indústria gaúcha está 2,7% acima do nível pré-pandemia.

Dos 15 locais pesquisados ​​pelo IBGE, oito registraram aumento na produção em junho, na comparação com maio. Depois do Rio Grande do Sul, a expansão mais intensa foi no Pará (9,7%). Em dois meses de aumento no Estado, o aumento acumulado é de 25,2%. O aumento da produção, impulsionado pelos setores extrativo e metalúrgico, reflete uma reação após queda percentual em abril.

A segunda maior influência no resultado global, porém, veio de São Paulo, principal parque industrial do país, com alta de 1,3%. Foi a terceira taxa positiva consecutiva, com crescimento acumulado de 3,8% no período.

Na comparação com junho de 2023, houve aumento de 8,6% na produção paulista, que acumula ganho de 4,4% no primeiro semestre de 2024. Com o desempenho de junho, a indústria paulista está 3,6% acima da pré-pandemia.

Outras regiões

Em relatório, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) destacou o aumento no ritmo de produção paulista nos últimos três meses. O aumento, que havia sido de 2,1% no primeiro trimestre, acelerou para 6,5% no segundo trimestre.

Segundo o Iedi, o movimento foi puxado pelos setores alimentício (alta de 4,2% no primeiro trimestre e 11,3% no segundo trimestre), farmoquímico e farmacêutico (-5,8% e 12,9%, respectivamente), máquinas e eletrodomésticos (9% e 20,3%) e outros equipamentos de transporte (7,5% e 23,3%). A indústria automobilística também contribuiu, deixando para trás a queda de 0,6% no primeiro trimestre e crescendo 3% no segundo trimestre.

Se Rio Grande do Sul, Pará e São Paulo influenciaram positivamente a indústria em junho, o Nordeste teve influência oposta. A indústria da região caiu 6% em junho, em relação a maio, impulsionada pelos setores de derivados de petróleo e veículos automotores. Com o desempenho de junho, o setor industrial nordestino elimina o ganho de 4,8% registrado em maio.