Hospitais privados de São Paulo relatam aumento de casos de virose

Hospitais privados de São Paulo relatam aumento de casos de virose


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Hospitais privados da cidade de São Paulo relataram aumento de casos do vírus após o surto no litoral no início de janeiro.

A Secretaria de Estado da Saúde confirmou a presença do norovírus em amostras de fezes humanas coletadas na Baixada Santista. Os norovírus representam um grupo de doenças de origem viral, conhecidas como gastroenterites. A transmissão é por via fecal-oral. Os sintomas são náuseas, vômitos, diarreia, dores abdominais e musculares, podendo também ocorrer cansaço, dor de cabeça e febre baixa.

No atendimento de emergência do Hospital Israelita Albert Einstein (foram considerados na análise Alphaville, Chácara Klabin, Ibirapuera, Morumbi e Perdizes), de 1º a 7 de dezembro de 2024, foram atendidos 339 casos de diarreia e gastroenterites de origem infecciosa presumida – condições associadas com casos de vírus – uma média de 48 por dia. Na comparação com o mesmo período de janeiro de 2025, a média aumentou 48%. De 1 a 7 foram realizadas 500 consultas – uma média de 71 por dia.

Na comparação com os primeiros sete dias de novembro de 2024, quando foram realizadas 297 consultas – uma média de 42 por dia – o crescimento em janeiro deste ano foi de 69%.

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Por meio da assessoria de imprensa, a Rede D’Or afirmou que houve um aumento de cerca de 15% nos casos de gastroenterites nos últimos 45 dias em seus hospitais na capital paulista – cinco unidades em São Luiz, Villa-Lobos, Vila Nova Star, Santa Isabel, Aviccena, Centro Leste, Serra Mayor (Centro Sul – Capão Redondo) e Hospital da Criança. A empresa não forneceu números.

O aumento foi de 31% no Hospital Santa Catarina-Paulista entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, em comparação ao mesmo intervalo entre 2023 e 2024.

Nos hospitais da Rede de Atenção Total da Amil, na capital paulista, o aumento de casos de vírus associados a gastroenterites foi de 221%. Na Baixada Santista, o número de consultas cresceu 419%. Segundo o médico Danilo Duarte, infectologista da Rede Total Care, o crescimento supera as expectativas para esta época do ano, com tendência a piorar. Segundo o médico, janeiro poderá registrar mais casos, tanto no litoral quanto na capital, mesmo com a adoção de cuidados preventivos.

No Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o número de atendimentos com diagnóstico de diarreia e gastroenterite aumentou 45,58% quando comparados os períodos de novembro de 2022 a janeiro de 2023 e novembro de 2023 a janeiro de 2024.

O Hospital Sírio-Libanês disse ter observado um aumento no número de pacientes com norovírus que procuram atendimento. O crescimento também se reflete nas taxas de positividade detectadas pelo laboratório de análises clínicas.

Dados preliminares do início de janeiro até o momento já indicam volumes equivalentes ao total mensal observado em novembro e dezembro, segundo a instituição.

A reportagem solicitou as informações à Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP) e também à Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, mas não houve resposta até a publicação da reportagem.

Reflexo da costa

Na opinião do infectologista Eduardo Alexandrino Servolo de Medeiros, coordenador científico da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), os casos relacionados ao vírus na capital paulista são reflexo do que aconteceu no litoral.

“Acredito que isso não vai continuar se espalhando, exceto ocasionalmente. A principal hipótese é que as pessoas infectadas voltem para casa, com seus familiares em casa, e isso resulte em um ciclo do número de casos. Paulo, isso não vai se espalhar. Acho que estamos vendo um reflexo do que aconteceu no litoral, provavelmente as pessoas estão voltando do litoral e ainda procuram atendimento médico com sintomas e quadro clínico”, afirma o especialista.

Medeiros alerta para o risco dos antidiarreicos de farmácia quando a causa é infecciosa. “Eles relaxam a musculatura lisa do intestino, que fica mais lento. Por que você tem cólica? é uma diarreia infecciosa, as bactérias, o vírus, continuam a multiplicar-se em grandes quantidades”, reforça.

“O principal é a reposição de líquidos de qualidade, e aquele clássico soro caseiro, isotônicos e soros de farmácia para uso oral. A hidratação é fundamental para evitar idas ao hospital.

Alguns patógenos têm uma solução rápida. As infecções por norovírus, por exemplo, melhoram dentro de três a cinco dias. O rotavírus já é mais longo, de sete a dez dias.

“Algumas pessoas podem persistir com isso, principalmente pacientes imunocomprometidos. Não existe medicação específica contra o vírus. É o próprio organismo que elimina o vírus através das defesas, da resposta imunológica. Quem tem resposta diminuída, pessoas imunossuprimidas, quem convive com Infecção pelo VIH O VIH, os idosos e as crianças, especialmente até um mês de idade, podem persistir com a doença durante mais tempo. Em geral, também é mais grave. E isto inclui os idosos e as crianças pequenas, especialmente até um mês de idade. “, explica Medeiros.

“Quem tem outra doença pode descompensar. Você perde líquido, fica desidratado e pode ter alguma complicação da doença de base. O diabetes é um exemplo”, finaliza o infectologista.



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