Governo federal oficializa indicação de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central

Governo federal oficializa indicação de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central


O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda no Palácio do Planalto. Antes de assumir o cargo, Galípolo (foto) precisa ser entrevistado e receber aprovação do Senado

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O economista ocupa atualmente o cargo de diretor de política monetária do município. (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou Gabriel Galípolo para presidir o BC (Banco Central), nesta quarta-feira (28). A nomeação foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto.

Atual diretor de política monetária da entidade, Galípolo precisa receber aprovação do Senado Federal antes de assumir o cargo. Com o anúncio, o indicado de Lula será questionado pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. Depois, ele precisa ter seu nome aprovado pelo plenário da Câmara. A votação é secreta.

Se aprovado, Galípolo será o sucessor de Roberto Campos Neto, atual titular da autoridade monetária, que permanecerá no cargo até dezembro deste ano. Ele cumpre mandato de quatro anos, conforme legislação.

A indicação era esperada pelo mercado. Galípolo chegou a antecipar seu retorno a Brasília após uma viagem e ficou de prontidão a pedido do petista. O objetivo era tentar marcar uma data para apreciação de seu nome no Congresso antes das eleições municipais.

Galípolo é um economista próximo de Lula. Atuou na campanha do PT, na equipe de transição do governo e no Ministério da Fazenda antes de assumir a Diretoria de Política Monetária do BC.

Formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), o atual diretor de política monetária do BC chegou a substituir o presidente Campos Neto durante suas férias em julho.

Taxa de juros e BC autônomo

Como diretor de política monetária, Galípolo investiu em declarações que o mostraram independente das opiniões políticas de Lula. Em diversas ocasiões, o economista argumentou que a manutenção da taxa de juro é uma decisão puramente económica.

No início de agosto, por exemplo, afirmou que “todos os diretores [do BC, com voto na definição da taxa de juros] estão dispostos a fazer o que for necessário para atingir o objetivo [de inflação]”.

“Se por acaso, o poder democraticamente eleito [governo federal] viver numa economia onde é necessário um menor esforço de política monetária [juro menor] Além do esforço necessário para perseguir a meta de 3%, existe uma forma institucional legal, objetiva e simples para o poder democraticamente eleito transferir esse comando ou orientação para a autoridade monetária, que é a decretação da meta de inflação. Você muda a meta de inflação”, afirmou na época.

O indicado de Lula também votou em junho a favor da manutenção da taxa de juros em 10,50%, num sinal visto como independência do Executivo. No início da semana, Galípolo também comentou as diferenças entre o cenário econômico brasileiro e o dos Estados Unidos — que começaram a dar sinais de moderação.

“A atividade está crescendo, se mostrando dinâmica no Brasil (…) Tem demonstrado muito dinamismo”, afirmou, durante participação em evento comemorativo dos 125 anos do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, em Teresina (PI) .

Segundo ele, a função do Banco Central, neste momento, é garantir que esse crescimento da demanda “não ocorra de forma desordenada com a oferta, o que produzirá um processo inflacionário, que irá corroer essa renda que vem crescendo .”