Governo federal limita uso do PIS/Cofins para custear corte na folha de pagamento

Governo federal limita uso do PIS/Cofins para custear corte na folha de pagamento


A equipe econômica prevê aumento de receita de R$ 29,2 bilhões.

Foto: Marcelo Camargo/ABr

A equipe econômica prevê aumento de receita de R$ 29,2 bilhões. (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

O Ministério da Fazenda apresentou, nesta terça-feira (4), as medidas para compensar a perda de arrecadação com o acordo que manteve neste ano a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia e para os pequenos municípios. O governo propõe restringir a utilização de créditos tributários do PIS/Cofins (Programa de Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) para dedução de outros tributos dos contribuintes e põe fim ao reembolso em dinheiro do crédito presumido.

Com isso, a equipe econômica prevê um aumento de arrecadação de R$ 29,2 bilhões neste ano para os cofres da União.

A continuidade da política de isenção fiscal custará ao governo R$ 26,3 bilhões em 2024, sendo R$ 15,8 bilhões para as empresas e R$ 10,5 bilhões para os municípios. A compensação será encaminhada para aprovação do Congresso Nacional por meio de medida provisória (MP), que foi assinada hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada em edição extra do Diário Oficial da União.

Segundo o ministro da Fazenda em exercício, Dario Durigan, além de aumentar a arrecadação, a medida visa corrigir distorções no sistema tributário, que afetam também a arrecadação de estados e municípios. Ao utilizar o crédito do PIS/Cofins, que é um imposto que só seria pago à União, para pagar o imposto de renda, por exemplo, há prejuízos para esses entes, pois parte do imposto de renda é distribuída à federação.

“Estamos a falar, mais uma vez, de uma questão de justiça, de uma distorção do nosso sistema fiscal, que, mais cedo ou mais tarde, teria de ser enfrentada por esta equipa”, disse, destacando que o objetivo é também incentivar o aumento da atividade nos setores produtivos.

“Com o aumento da atividade e consequente aumento da dívida do PIS/Cofins, o empresário consegue então usufruir, quitar os créditos com o aumento da sua atividade, usufruindo dos benefícios do PIS/Cofins”, destacou.

Além disso, segundo Durigan, a proposta não envolve criação ou aumento de impostos e não prejudicará os pequenos contribuintes e o setor produtivo. As pequenas e médias empresas e as empresas que estão no regime do Simples Nacional não serão afetadas, da mesma forma que as empresas que estão em dificuldades financeiras e que poderão utilizar os créditos para pagar dívidas.