Governo federal libera R$ 1,7 bilhão bloqueados do Orçamento

Governo federal libera R$ 1,7 bilhão bloqueados do Orçamento


Volume de recursos congelados cai R$ 19,3 bilhões para R$ 17,6 bilhões.

Foto de : ABr

Volume de recursos congelados cai R$ 19,3 bilhões para R$ 17,6 bilhões. (Foto: ABr)

A reestimativa de receitas e o adiamento do repasse de recursos da Lei Aldir Blanc fizeram o governo liberar R$ 1,7 bilhão do Orçamento bloqueado na semana passada.

Com a liberação, o volume de recursos congelados no Orçamento deste ano caiu de R$ 19,3 bilhões para R$ 17,6 bilhões. O bloqueio foi reduzido porque o Planejamento adiou oficialmente R$ 1,71 bilhão da Lei Aldir Blanc. Alegando baixa execução de projetos culturais por estados e municípios, o governo editou, no último dia 22, medida provisória que condiciona o repasse de recursos ao andamento de projetos financiados por lei.

Déficit primário

Chamado de “extemporâneo” pelo Ministério do Planejamento, o novo relatório também reduziu a previsão do déficit primário de R$ 65,303 bilhões para R$ 64,426 bilhões. A redução ocorreu porque a Advocacia-Geral da União informou que cerca de R$ 2,7 bilhões da versão do Desenrola para agências reguladoras deverão entrar nos cofres do governo ainda este ano. No relatório publicado na semana passada, a estimativa para essas receitas era zero.

Ao considerar apenas as despesas sujeitas ao teto do quadro fiscal, a previsão do déficit primário caiu de R$ 28,737 bilhões para R$ 27,747 bilhões. Como a projeção está dentro da margem de tolerância do quadro fiscal, que permite um déficit de até R$ 28,756 bilhões (0,25% do Produto Interno Bruto), não houve necessidade de contingência.

O déficit primário representa a diferença entre as receitas e despesas do governo sem juros da dívida pública. Entre as despesas fora do teto do marco fiscal estão créditos extraordinários para a reconstrução do Rio Grande do Sul, combate a incêndios florestais e pagamento de precatórios pendentes.

Tanto a contingência como o bloqueio representam cortes temporários nas despesas. O novo quadro fiscal, no entanto, estabeleceu motivações diferentes. O bloqueio ocorre quando os gastos do governo crescem acima do limite de 70% de crescimento da receita acima da inflação. A contingência ocorre quando há falta de arrecadação que comprometa o alcance da meta de resultado primário (resultado das contas governamentais sem juros da dívida pública).

Detalhamento

Também na noite desta sexta, o Ministério do Planejamento publicou detalhes do bloqueio de R$ 17,6 bilhões por ministério. Em valores absolutos, as secretarias mais afetadas são os Ministérios da Saúde (R$ 4,39 bilhões), da Educação (R$ 3,04 bilhões) e das Cidades (R$ 2,47 bilhões). Em seguida vêm os ministérios dos Transportes (R$ 1,94 bilhão) e do Desenvolvimento e Assistência Social, da Família e Combate à Fome (R$ 1,04 bilhão).

De acordo com a legislação, o governo deve emitir o decreto presidencial detalhando o bloqueio de gastos no prazo de dez dias após a publicação do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas. Nesse caso, o prazo levou em consideração a publicação do relatório original, na sexta-feira da semana passada, mas os números foram atualizados com a redução do bloqueio em R$ 1,7 bilhão.