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A Editorial Sul
| 20 de janeiro de 2025
O programa atende famílias de baixa renda com auxílio financeiro para compra de gás de cozinha bimestralmente.
Foto: Agência Brasil
O programa atende famílias de baixa renda com auxílio financeiro para compra de gás de cozinha bimestralmente. (Foto: Agência Brasil)
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou sem dinheiro para pagar todas as parcelas do Auxílio Gás em 2025. O programa atende famílias de baixa renda com auxílio financeiro para compra de gás de cozinha bimestralmente.
Sem o Orçamento deste ano aprovado no Congresso, o programa ainda não recebeu autorização orçamentária para pagamento neste ano. Mesmo com a aprovação, o valor previsto pelo governo é suficiente para transferir apenas uma das cinco parcelas necessárias ao atendimento aos beneficiários, já que o governo tentou retirar o programa do Orçamento no ano passado.
O Ministério do Desenvolvimento Social, que tutela o programa, afirmou que não tem previsão de pagamento do benefício nem definição de calendário para repasse das parcelas neste ano. As respostas “só virão após a aprovação do Orçamento para 2025”, segundo o ministério.
Embora o Ministério do Planejamento, responsável pela elaboração do Orçamento, tenha afirmado que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) autoriza o pagamento provisório do valor previsto no Orçamento (suficiente para apenas uma parcela) até que a Lei Orçamentária seja aprovada no Congresso Nacional, mas que o Ministério do Desenvolvimento Social ainda não fez o pedido de liberação do recurso porque a primeira parcela é paga em fevereiro.
No Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop) do governo federal, onde constam as despesas da União, o valor autorizado para o Auxílio Gás é zero, diferentemente de outras ações que podem ser realizadas provisoriamente até a aprovação do Orçamento, como aposentadorias, salários, saúde e resposta a desastres naturais.
No ano passado, o governo bloqueou recursos do Auxílio Gás para cobrir despesas obrigatórias e cumprir o marco fiscal. Em dezembro, o Executivo desfez o bloqueio e os recursos foram devolvidos ao programa, com corte nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).
Agora, em 2025, a situação é diferente. O Orçamento, que autoriza os gastos da União, ainda não foi aprovado pelo Congresso Nacional. A suspensão das emendas parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal (STF) fez com que deputados e senadores atrasassem a votação da peça orçamentária.
Além disso, o valor previsto na proposta orçamentária – R$ 600 milhões – é insuficiente para o Auxílio Gás, caso o Orçamento seja aprovado como está. Para ter o valor integral, o governo teria que aumentar os recursos previstos, mas para isso precisaria retirar o dinheiro de algum lugar e também aprovar a mudança no Legislativo.
O Auxílio Gás foi protagonista de uma tentativa do governo de mudar o sistema do programa contornando as regras fiscais. No ano passado, o Poder Executivo enviou ao Congresso um projeto propondo que os recursos deixassem de ser custeados pelo Orçamento da União e passassem a ser movimentados pela Caixa com o dinheiro que as petrolíferas depositam no Fundo Social. A proposta não foi aprovada.
A manobra faria com que a União perdesse receitas e ainda que as despesas ultrapassassem os limites do quadro fiscal. Técnicos do Ministério das Finanças alertaram para o risco de fraudes e de despesas serem classificadas como irregulares. Mesmo assim, o ministro da pasta, Fernando Haddad, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinaram o projeto.
O Orçamento de 2025 foi enviado ao Congresso com R$ 600 milhões para Auxílio Gás, corte de 84% em relação ao valor original, já incorporando as alterações do projeto. Diante dos questionamentos, Haddad e o número dois do Tesouro, o secretário executivo Dario Durigan, anunciaram que o Auxílio Gás voltaria às diretrizes normais do Orçamento, o que ainda não aconteceu.
Actualmente, a Ajuda ao Gás não dispõe de recursos suficientes dentro e fora do Orçamento. O programa foi criado em 2021, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, em meio à pandemia de Covid-19 e ao uso crescente de lenha e fogões improvisados para consumo de alimentos pelas famílias pobres. O benefício foi criado para durar cinco anos – até 2026 – e não se tornou despesa obrigatória do governo federal, mas está sujeito à disponibilidade de dinheiro, o que motivou os cortes e a nova proposta. (Estadão Conteúdo)
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Governo federal fica sem dinheiro suficiente para pagar o Auxílio Gás este ano
2025-01-20
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