Golpe do “Pix errado”: bancos alertam para aumento de ocorrências; saiba como se proteger

Golpe do “Pix errado”: bancos alertam para aumento de ocorrências; saiba como se proteger


Segundo dados do Banco Central, já foram registrados mais de 2,5 milhões de pedidos de restituição por fraude neste ano.

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Segundo dados do Banco Central, já foram registrados mais de 2,5 milhões de pedidos de restituição por fraude neste ano. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) emitiu nesta semana um alerta sobre a utilização do Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Pix por criminosos para executar o golpe do “Pix errado”. MED é um recurso do Pix ativo desde 2021, criado para facilitar devoluções em caso de fraude. Serve para bloquear recursos na conta receptora após denúncia de fraude ou envio de recursos por engano, para que o banco avalie detalhadamente o caso e possa devolver o dinheiro, se necessário.

Segundo dados do Banco Central do Brasil (BC), mais de 2,5 milhões de pedidos de reembolso de fraudes feitos pelo MED já foram registrados este ano até julho.

Como funciona o golpe
– O fraudador descobre o número do celular da vítima, que muitas vezes está cadastrado como chave Pix. Na maioria dos casos, os criminosos obtêm esses dados por meio de cadastros preenchidos na internet ou por meio de pesquisas em redes sociais.
– De posse da chave Pix com o número do celular, o fraudador faz uma transferência para a conta da vítima.
– Em seguida, o criminoso liga ou manda mensagem para a vítima, dizendo que fez um Pix errado e pede reembolso.

Segundo a Febraban, o fraudador costuma usar técnicas de convencimento para fazer com que a pessoa devolva o dinheiro. De boa fé, a vítima concorda em devolver o dinheiro. O criminoso, porém, não repassa a chave Pix original — que fez a transferência para a vítima —, mas sim a chave Pix de uma terceira conta.

Nesse momento, o criminoso contacta o MED do Banco Central. “Como o Pix devolvido foi feito para uma conta terceira, diferente da conta original da transferência, as instituições entendem que essa ação é típica de golpe e podem sacar o dinheiro do saldo da conta da pessoa enganada”, informou a Febraban.

Se tiver sucesso, além de receber o dinheiro da vítima, que acredita estar devolvendo o dinheiro, o fraudador também recebe o valor transferido por meio do MED, deixando a vítima no prejuízo.

Prevenção

Quem receber contato de alguém pedindo a restituição de um recurso transferido erroneamente deverá utilizar a funcionalidade própria do Pix para devolver o dinheiro.

“Nunca, em hipótese alguma, faça estorno para conta de terceiros. Caso tenha alguma dúvida, ligue para o seu banco”, disse o diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban, José Gomes.

Segundo a Febraban, o cliente deve fazer login em seu aplicativo bancário e encontrar a opção de devolução da transação recebida, que envia automaticamente o valor para a conta originadora. Veja o passo a passo:

– Entre na área PIX do aplicativo do banco;
– Selecione a opção “Extratos”;
– Clique em “Retornar”.

“A Federação também recomenda que os clientes tenham muito cuidado com a exposição de dados pessoais nas redes sociais, com e-mails de supostas promoções que possuam cadastros e com mensagens recebidas em aplicativos de mensagens”, acrescentou a Febraban, em nota.