O padre influenciador José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco (SP), é um dos 37 indiciados pela Polícia Federal (PF) por envolvimento em plano de golpe de Estado que manteria Jair Bolsonaro no poder. Em fevereiro deste ano, ele foi alvo de uma operação deflagrada para cumprimento de mandados de busca e apreensão.
O religioso tem cerca de 425 mil seguidores no seu Instagram, onde se apresenta como “padre, pároco e professor”. José Eduardo ainda vende cursos online sobre temas ligados ao catolicismo, incluindo o “código do casamento” e a “batalha espiritual” contra o mal.
Em 2018, quando o ex-presidente foi esfaqueado no abdômen durante a campanha eleitoral, o padre prestou atendimento espiritual a Bolsonaro. Nas últimas eleições presidenciais, José Eduardo colocou uma bandeira brasileira no altar da Paróquia de São Domingos.
Padre participou de reuniões com Bolsonaro
As investigações indicam que o pároco participou de reuniões com o ex-presidente, nas quais foram discutidas propostas para impedir a posse do ex-presidente. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de 2022. Segundo a PF, entre as alternativas discutidas estavam a declaração do estado de sítio, a realização de novas eleições e prisões de autoridades.
Em depoimento aos agentes de segurança feito no início do mês, o religioso negou ter participado de reuniões no Palácio do Planalto com conotações políticas ou ter discutido quaisquer planos golpistas. O padre disse que se encontrou com Jair Bolsonaro apenas para “dar apoio espiritual ao ex-presidente”.
Apesar disso, o tenente-coronel Mauro CidO ex-ajudante de Bolsonaro que assinou acordo de delação premiada com a PF, menciona que o padre estaria presente em reuniões sobre o plano golpista.
Na decisão que autorizou a operação de busca e apreensão, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes disse que o clérigo integrava o “núcleo jurídico” do suposto grupo golpista. Segundo as autoridades, José Eduardo esteve presente numa reunião no dia 19 de novembro de 2022 para discutir o assunto.
O religioso está proibido de ter contato com outras pessoas investigadas e de sair do país. Este mês, o padre foi intimado a prestar depoimento sobre a investigação que investiga os envolvidos na tentativa de golpe de Estado realizada em 8 de janeiro de 2023. José Eduardo lamentou a decisão das autoridades e pediu-lhes que “rezem por mim”, num discurso postagem feita nas redes sociais no dia 6 de novembro.
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