Gasolina no Brasil está 5% mais cara do que no mercado internacional

Gasolina no Brasil está 5% mais cara do que no mercado internacional


Todas as regiões registraram aumento em ambos os combustíveis, com exceção da região Sul, que teve estabilidade para o etanol. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Com a queda do preço do petróleo no mercado internacional, em meio a grande instabilidade, os preços dos derivados de petróleo no Brasil ficaram mais caros do que os praticados no Golfo do México, usados ​​como parâmetro pelos importadores.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina está 5% mais caro em todas as refinarias brasileiras, mantendo as janelas abertas para as importações. Para se adequar ao mercado internacional, seria possível uma redução média de R$ 0,16 por litro.

Em menor proporção, o diesel também é, em média, mais caro no Brasil, impulsionado pela Refinaria de Mataripe, na Bahia, única unidade privada do país. Nas refinarias da Petrobras o preço médio está estável, enquanto em Mataripe a diferença em relação ao mercado internacional é de 3% acima. Em média, o gasóleo regista um desfasamento positivo de 1%.

Na quarta-feira (4), a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que não há, no momento, perspectiva de redução do preço da gasolina e do diesel devido à queda dos preços do petróleo no mercado internacional. “Não vamos fazer nada com isso. Estamos confortáveis ​​com o nível de preços”, disse aos jornalistas após evento em Brasília.

Reflexos

O aumento do preço da gasolina pela Petrobras em julho continuou a se refletir nos preços dos combustíveis em agosto, segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), que apontou aumento de 1,45% no resultado acumulado do mês passado em relação a julho, com preço médio de R$ 6,28 o litro. O etanol subiu 2,16% e o diesel S10, o mais utilizado, subiu 0,16%.

“Como reflexo do último reajuste declarado nas vendas pelas refinarias, ainda em julho, o preço da gasolina continua pesando mais no bolso dos motoristas de todo o país. Com média acima de R$ 6,25, o combustível representa um importante valor de despesas e está impactando diretamente o bolso dos brasileiros”, segundo avaliação do diretor geral de Mobilidade da Edenred Brasil, Douglas Pina.

O etanol, principal concorrente da gasolina, também subiu de preço no mês passado, com o litro custando em média R$ 4,25 nos postos brasileiros, após alta de 2,16% no mês, em relação ao final de julho.

Todas as regiões registraram aumento em ambos os combustíveis, com exceção da região Sul, que teve estabilidade para o etanol. A região Norte liderou o ranking dos preços mais elevados e apresentou o aumento mais significativo, tanto para gasolina quanto para etanol. A gasolina ficou 2,11% mais cara no Norte do país, vendida a R$ 6,76, enquanto o etanol foi vendido a R$ 4,95, após alta de 3,34%, em relação ao mês anterior.

A menor média da gasolina foi encontrada nos postos da região Sudeste, de R$ 6,16, mesmo com aumento de 1,65%. E, o litro do etanol com menor preço foi identificado nas bombas do Centro-Oeste, a R$ 4,08.

A ascensão do diesel

O diesel comum manteve a tendência de alta registrada em julho e encerrou agosto com alta de 0,99% em relação ao mês anterior, atingindo a média nacional de R$ 6,10. Embora em percentual menor, o combustível tipo S10 também aumentou no período, em 0,16%, elevando o preço médio para R$ 6,18.

“É o segundo mês consecutivo em que o preço do diesel comum fica acima de R$ 6. Se compararmos com o valor registrado em junho, último mês em que a média ficou abaixo desse valor, de R$ 5,98, o aumento já chega a 2%”, disse Pina.

Na análise regional, o Sul se destacou com os menores preços dos dois tipos de diesel: R$ 5,92 para o diesel comum (apesar de alta de 0,17% no período) e R$ 5,97 para o S-10 (após queda de 0,17%) . O Norte foi a região com as maiores médias, com o diesel comum encontrado nos postos a R$ 6,70 e o S-10 a R$ 6,59, mesmo após queda de 0,15%. O maior aumento no preço médio do diesel comum ocorreu no Sudeste, 0,84%, enquanto o Norte teve o maior aumento para o S-10, 0,61%.

Na avaliação por Estado, o IPTL mostrou que os maiores preços médios dos dois tipos de diesel foram registrados no Amapá: R$ 7,39 para o comum, após alta de 0,27%; e R$ 7,46 para o S-10, resultado de aumento de 0,13%. O Paraná foi o Estado com as menores médias também para ambos os combustíveis: R$ 5,90 para o diesel comum, mesmo com aumento de 0,34% observado no período; e R$ 5,94 para o S-10, após queda de 0,34%.

O IPTL é um índice de preços de combustíveis baseado no abastecimento realizado nos 21 mil postos credenciados da Edenred Ticket Log.