Ex-diretores da Polícia Rodoviária Federal são indiciados por tentar impedir deslocamento de eleitores em 2022

Ex-diretores da Polícia Rodoviária Federal são indiciados por tentar impedir deslocamento de eleitores em 2022


No dia 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno das eleições presidenciais, a PRF realizou blitzes que atrapalharam a movimentação dos eleitores, principalmente no Nordeste

Foto: PRF/Divulgação

No dia 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno das eleições presidenciais, a PRF realizou blitzes que atrapalharam a movimentação dos eleitores, principalmente no Nordeste. (Foto: PRF/Divulgação)

A PF (Polícia Federal) indiciou quatro ex-diretores e coordenadores da PRF (Polícia Rodoviária Federal) acusados ​​de tentar, em 2022, dificultar ou impedir a circulação de potenciais eleitores do então presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva.

Luis Carlos Reischak Junior, ex-diretor de Inteligência e ex-superintendente da PRF no Rio Grande do Sul, foram indiciados; Rodrigo Cardozo Hoppe, ex-vice-diretor de Inteligência; Djairlon Henrique Moura, ex-Diretor de Operações; e Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de Análise de Inteligência da PRF.

Além dos policiais, foi indiciado Bruno Nonato dos Santos Pereira, ex-coordenador-geral de Inteligência e Contra-espionagem da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

A PF encaminhou as conclusões da investigação ao STF (Supremo Tribunal Federal), que as encaminhou à PGR (Procuradoria-Geral da República). Cabe à PGR decidir se denuncia os citados, solicita novas investigações ou arquiva o caso.

Na investigação, a PF reuniu indícios de que os cinco réus cometeram os crimes de desobediência, prevaricação (quando agente público desrespeita a lei ao agir ou omitir), restrição ao exercício do direito de voto e participação (por omissão) na crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

A denúncia foi enviada ao STF em dezembro, mas ainda não havia sido divulgada. Em agosto de 2024, a PF já havia indiciado o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-diretor da PRF Silvinei Vasques e quatro policiais federais lotados no Ministério da Justiça – todos por tentarem impedir a circulação de eleitores na Região Nordeste aos locais de votação.

Blitzes no dia das eleições

No dia 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno das eleições presidenciais, a PRF realizou blitzes que atrapalharam a movimentação dos eleitores, principalmente no Nordeste, onde Lula levava vantagem sobre Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. Na véspera, o diretor-geral da PRF havia declarado voto em Bolsonaro.

No domingo do segundo turno, Alexandre de Moraes determinou a suspensão imediata das blitz. A ordem, porém, foi desrespeitada pela PRF.