Equipe econômica do governo federal teme impacto fiscal de operação envolvendo Angra 3 e Eletrobras

Equipe econômica do governo federal teme impacto fiscal de operação envolvendo Angra 3 e Eletrobras


Caso o governo assuma o controle da Eletronuclear, sua missão seria concluir a construção de Angra 3.

Foto: Maurício Almeida/TV Brasil

Caso o governo assuma o controle da Eletronuclear, sua missão seria concluir a construção de Angra 3. (Foto: Maurício Almeida/TV Brasil)

A equipe econômica teme o impacto fiscal da operação envolvendo Angra 3 e Eletrobras, em acordo criado pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

O acordo em negociação prevê que a União assuma integralmente a Eletronuclear, responsável pelos investimentos na usina de Angra 3. Em troca, teria maior número de assentos nos conselhos de administração e fiscalização da Eletrobras, que foi privatizada durante o governo Bolsonaro. Caso o governo assuma o controle da Eletronuclear, sua missão seria concluir a construção de Angra 3, estimada em pelo menos R$ 20 bilhões.

Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, a equipe econômica sugeriu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que ele participasse mais das discussões sobre o acordo. Além do MME, a Advocacia-Geral da União também participa das negociações. Uma observação feita pelos técnicos é que, caso a operação de incorporação da Eletronuclear fosse realizada pelo mercado, haveria uma avaliação (processo de avaliação) para verificar, de fato, o valor do ativo. Até o momento, esses valores não ficaram claros nas negociações em andamento.

O governo e a Eletrobras ainda não se manifestaram oficialmente sobre o acordo. Nesta quinta-feira, o governo, por meio da AGU, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para prorrogar por mais 45 dias o prazo para tentativa de conciliação com a Eletrobras na ação que discute o poder de voto da União no conselho da empresa.

O acordo prevê que a União transfira entre 2,5% e 3% de sua participação na empresa para a Eletrobras e assuma 100% da Eletronuclear, que controla as usinas nucleares de Angra 1 e 2 e tem a obrigação de construir Angra 3.

Atualmente, o governo detém 43% do capital social da Eletrobras. A venda de parte dessa fatia, na visão dos negociadores do Sindicato, manteria a posição majoritária do governo e, em contrapartida, resolveria o impasse que envolve a participação que o Sindicato deseja ter no conselho de administração da empresa. O governo está solicitando três assentos de um total de dez no conselho de administração da Eletrobras e também indicando um membro para o conselho fiscal da empresa.

A expectativa do governo é que essa troca produza um “lucro” estimado em R$ 2 bilhões para o governo federal.