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A Editorial Sul
| 19 de novembro de 2024
Segundo a PF, o grupo criminoso pretendia impedir que Lula e Alckmin assumissem o governo. Na foto, o presidente ao lado de Moraes
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Segundo a PF, o grupo criminoso pretendia impedir que Lula e Alckmin assumissem o governo. Na foto, o presidente ao lado de Moraes. (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes tornou pública nesta terça-feira (19) a decisão que autorizou operação contra militares suspeitos de tramar golpe de Estado e promover a prisão e execução de Lula, Geraldo Alckmin e do O próprio Moraes.
O documento menciona, por exemplo, que os golpistas começaram a monitorar a movimentação de autoridades em novembro de 2022, antes da posse de Lula, após reunião na casa do ex-ministro da Defesa Walter Souza Braga Netto, que era candidato a vice-presidente. Bolsonaro na chapa da reeleição.
“Esse monitoramento teve início, temporariamente, logo após a reunião realizada na residência de Walter Braga Netto, no dia 12 de novembro de 2022”, diz a PF no documento divulgado por Moraes.
A PF afirma que, entre as ideias consideradas pelo grupo, estava o envenenamento do ministro. “Foram cogitadas diversas condições para a execução do ministro Alexandre de Moraes, entre elas o uso de artefato explosivo e envenenamento em evento público oficial. Há uma citação aos riscos da ação, dizendo que os danos colaterais seriam muito elevados, que a chance de ‘captura’ seria alta e que a chance de baixa [termo relacionado à morte no contexto militar] seria alto.”
“Ou seja, claramente para os investigados, a morte não só do ministro, mas de toda a equipe de segurança e até dos militares envolvidos na ação era admissível para cumprir a missão de ‘neutralizar’ o chamado ‘centro de gravidade’, o que seria um obstáculo à consumação do golpe de Estado”, continua a PF em trecho citado por Moraes.
O grupo também cogitou “neutralizar” (assassinar) Lula e Alckmin, então eleitos presidente e vice. “Para a execução do presidente Lula, o documento descreve, considerando sua vulnerabilidade sanitária e visitas frequentes a hospitais, a possibilidade de uso de envenenamento ou uso de produtos químicos para causar colapso orgânico”, descreveu a PF.
“O codinome Joca, por sua vez, é uma referência ao já citado vice-presidente Geraldo Alckmin. […] Como, além do presidente, a chapa vencedora é obviamente composta pelo vice-presidente, somente em caso de eliminação de Geraldo Alckmin é que a chapa vencedora seria extinta”, afirmou a corporação.
Segundo a PF, a organização criminosa foi dividida em cinco grupos: ataques virtuais a adversários; ataques às instituições, ao sistema de votação electrónica e à saúde do processo eleitoral; tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito; ataques às vacinas contra a Covid-19 e medidas sanitárias na pandemia; e utilização da estrutura do Estado para obtenção de vantagens.
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ENVENENAMENTO
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