Em vídeo, Marinha questiona “privilégios” e manda recado à equipe econômica

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A Marinha do Brasil divulgou neste domingo (1⁰) um vídeo em que compara a carreira na Força com a vida de cidadãos civis. Após 1 minuto e 15 segundos, a peça termina com a frase: “Privilégios? Venha para a Marinha.

O vídeo faz parte das comemorações do Dia do Marinheiro, comemorado em 13 de dezembro, e é divulgado como parte de um pacote de ajuste fiscal voltado às Forças Armadas. A produção foi preparada para ser exibida neste domingo durante a cerimônia de substituição do Pavilhão Nacional na Praça dos Três Poderes.

O vídeo intercala imagens de militares da Marinha trabalhando em situações extremas com pessoas se divertindo em festas, reuniões familiares e momentos de lazer. A ideia é justamente mostrar que a carreira militar possui peculiaridades e privações que não podem ser comparadas aos profissionais civis.

As medidas fiscais para as Forças Armadas incluem, entre outras, o estabelecimento de uma idade mínima de 55 anos para ingressar na reserva. Atualmente, os militares precisam completar 35 anos de serviço para entrar na reserva.

Até lá, a regra de transição deverá estabelecer que o militar pague um “pedágio” de 9% sobre o tempo restante de serviço. Ou seja, eles terão um período extra antes de deixarem a ativa. Os militares ficaram incomodados com as recentes declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao anunciar o pacote de corte de gastos.

“Para as aposentadorias militares, promoveremos mais igualdade, com o estabelecimento de idade mínima para a reserva e a limitação de transferências previdenciárias, além de outros ajustes. São mudanças justas e necessárias”, disse Haddad em pronunciamento em rádio e TV na última quarta-feira (27).

Integrantes das Forças Armadas, com ressalvas, criticam que as mudanças foram propostas sem levar em conta as especificidades da carreira. Dizem também que os técnicos da equipe econômica não entendem a dinâmica da carreira militar.

Neste sábado (30), em reunião no Palácio do Alvorada, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, os comandantes do Exército, general Tomás Paiva; da Marinha, Almirante Marcos Olsen; e o Brigadeiro Marcelo Damasceno, da Força Aérea Brasileira (FAB), explicou com precisão o impacto da adoção da idade mínima para a carreira militar.

O objetivo é evitar uma grande quebra no fluxo da carreira, afinal cada cargo tem um tempo máximo de permanência. A criação da idade mínima e da regra de transição deverá constar de um projeto de lei que será enviado pelo governo ao Congresso nos próximos dias. Contudo, detalhes específicos da carreira deverão ser ajustados na legislação interna das Forças.

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