Em nota conjunta, Brasil e Colômbia manifestam “profunda preocupação” após mandado de prisão contra González

Em nota conjunta, Brasil e Colômbia manifestam “profunda preocupação” após mandado de prisão contra González


O comunicado acrescenta ainda que a medida judicial “afeta gravemente os compromissos assumidos pelo Governo venezuelano.

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O comunicado acrescenta ainda que a medida judicial “afeta gravemente os compromissos assumidos pelo Governo venezuelano. (Foto: Reprodução)

Os governos do Brasil e da Colômbia emitiram um comunicado conjunto em reação à emissão de um mandado de prisão contra o opositor venezuelano Edmundo González, nesta terça-feira (3).

“Os governos do Brasil e da Colômbia expressam profunda preocupação com a ordem de prisão emitida pela justiça venezuelana contra o candidato presidencial Edmundo González Urrutia, ontem [segunda]2 de setembro”, destaca-se no texto.

O comunicado acrescenta ainda que a medida judicial “afeta gravemente os compromissos assumidos pelo Governo venezuelano no âmbito dos Acordos de Barbados, nos quais o governo e a oposição reafirmaram o seu compromisso com o fortalecimento da democracia e a promoção de uma cultura de tolerância e coexistência”.

“Também dificulta a busca de uma solução pacífica, baseada no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas”, conclui o comunicado.

Inicialmente, eram três países latino-americanos que conversavam entre si e procuravam encontrar uma solução para o impasse da Venezuela: Brasil, Colômbia e México. O México, porém, abandonou as negociações, que agora estão focadas no Brasil e na Colômbia.

Lula já foi próximo de Maduro. Nos últimos meses, a relação esfriou, justamente pelas reservas do Brasil sobre a forma como o processo eleitoral estava sendo conduzido no país vizinho. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também é de ideologia esquerdista, como Maduro e Lula —apesar das nuances que diferenciam os três.

González, que afirma ter vencido as eleições contra o presidente Nicolás Maduro em julho, pronunciou-se pela primeira vez esta terça-feira depois de o Ministério Público venezuelano ter solicitado um mandado de detenção para ele. Os registros eleitorais — uma espécie de urna — nunca foram apresentados, o que levou vários países e blocos a não reconhecerem a vitória de Maduro.

Num comunicado partilhado pela plataforma da oposição venezuelana, González condenou a decisão judicial da sua detenção, afirmando que “o que o país precisa é de ver os registos eleitorais e não as ordens de apreensão”. O candidato está a ser investigado por crimes como usurpação de funções de autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais, incitação a atividades ilegais, sabotagem de sistemas e associação criminosa.

O Ministério Público, aliado do presidente Nicolás Maduro e controlado pelos chavistas, justificou o pedido de prisão afirmando que González ignorou três intimações para prestar depoimento.