Dólar fecha em R$ 5,58, maior valor desde janeiro de 2022; Ibovespa cai

Dólar fecha em R$ 5,58, maior valor desde janeiro de 2022; Ibovespa cai


Moeda americana termina primeiro semestre deste ano com valorização de mais de 15%

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A moeda americana encerra o primeiro semestre deste ano com valorização de mais de 15%. (Foto: Freepik)

O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (28), encerrando o primeiro semestre deste ano com valorização de mais de 15%. Cotada a R$ 5,5884, a moeda americana atingiu seu maior valor desde 10 de janeiro de 2022. Naquela época chegou a R$ 5,6742. O Ibovespa caiu 0,32%, aos 123.907 pontos.

O câmbio teve mais um dia ruim depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou mais uma vez o Banco Central do Brasil (BC). Em entrevista a uma rádio, Lula disse que os juros no Brasil “vão melhorar” quando ele nomear o próximo presidente do BC.

Ele afirmou que o patamar atual da taxa básica Selic, de 10,50% ao ano, é “irrealista” dada a inflação que está sob controle. Lula destacou ainda que Campos Neto foi indicado pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro, e disse que o presidente do BC “não está fazendo o que deveria ter feito corretamente”.

Ao tratar do câmbio, cobrou medidas do BC. “Por que o dólar está subindo? Porque há especulação com derivativos com perspectiva de valorização do dólar e desvalorização do real. E o Banco Central tem obrigação de investigar isso”, afirmou.

Por sua vez, depois de afirmar na véspera que as recentes declarações de Lula tiveram um impacto negativo nos preços, Campos Neto disse esta sexta-feira que os ajustamentos fiscais demasiado focados em ganhos de receitas são menos eficientes e podem resultar em menor investimento, menor crescimento económico e maior inflação.

Ainda no cenário doméstico, o BC divulgou resultado negativo das contas consolidadas do setor público referente a maio, com o déficit primário subindo para R$ 63,9 bilhões.

Além disso, o mercado está respondendo à divulgação do índice PCE no país, o indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed, banco central americano) que dá dicas sobre o rumo dos juros por lá. O número caiu ligeiramente em maio, para 2,6% na comparação anual, conforme esperado pelo mercado.