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A Editorial Sul
| 14 de outubro de 2024
Haddad explicou que esses estudos levam tempo, dada a complexidade dos dados analisados pela Receita Federal. (Foto: Diogo Zacarias/Ministério das Finanças)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a segunda fase da reforma tributária pode não ser abordada este ano. Segundo o ministro, agora é o momento de analisar todas as alternativas técnicas antes de apresentá-las ao presidente Lula. Actualmente, juntamente com o Ministério do Planeamento, as Finanças estão a trabalhar no programa de revisão de despesas.
Durante o Macro Visão, evento organizado pelo Itaú BBA em São Paulo, ele também comentou que não vê motivos para o PIB nacional crescer em patamar inferior à média mundial e sugeriu que o governo possa rever suas projeções para 2024 — que já havia já passou de 2,5% para 3,2% em setembro.
“Não sei se será possível fazer [a segunda fase da Reforma] este ano, até porque temos um cronograma apertado e tarefas inacabadas que gostaríamos de entregar este ano, que é o programa de revisão de gastos de Planejamento e Finanças.”
A segunda etapa da reforma tributária trata da tributação da renda. A equipe econômica tenta cumprir a promessa de campanha do presidente Lula de isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil.
Uma possibilidade que está sendo analisada é isentar apenas quem ganha R$ 5 mil mensais. Quem ganha salário maior, portanto, pagaria o imposto integralmente, sem isenção da parte da renda que corresponde aos primeiros R$ 5 mil.
Isenção de IR
Essa informação de que o governo quer realizar a isenção do IR, reforçada por declarações do presidente Lula na última sexta-feira (11), foi um dos motivos da alta do dólar na semana passada. Após os discursos de Haddad na manhã desta segunda-feira (14), o dólar inverteu o sinal e começou a cair. Por volta das 12h30, ela estava cotada com leve queda, de 0,13%, a R$ 5,6081.
Sobre os rumores sobre o Imposto de Renda, Haddad disse que “às vezes vazam documentos” como se fossem uma proposta finalizada, o que não é verdade, pois o Tesouro ainda discute o tema.
“Estamos abrindo as contas. Quanto significam as deduções por item? A dedução de A, B, C e Z, o que significa? Que turmas beneficiam desta medida? Isso envolve justiça tributária? Não tem? Existe injustiça? A questão do IRPJ [Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica]do ponto de vista da distribuição de dividendos. Como é que a OCDE calibrou estas taxas para tributar os dividendos, mas de forma organizada, de uma forma que não comprometa o investimento nem promova qualquer tipo de injustiça?”
Haddad explicou que esses estudos levam tempo, dada a complexidade dos dados analisados pela Receita Federal, inclusive no exterior. A intenção, segundo ele, é alinhar os padrões brasileiros às melhores práticas internacionais, garantindo que a reforma seja neutra tanto no imposto sobre o consumo quanto no imposto de renda.
A segunda fase também está sendo mais trabalhosa que a primeira, pois a reforma tributária sobre o consumo se concentrou apenas em “arredondar” duas PECs que já tramitavam no Congresso. Além disso, segundo Haddad, para ser aprovada, a proposta não poderá gerar aumento de impostos.
“O ajuste fiscal tem que estar em outro lugar. Tem que ser buscado de outra forma. Ou a própria reforma, tanto do consumo como do rendimento, deve ser neutra. Se você não passar, não será difícil passar.” A informação é do jornal O Globo.
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14/10/2024
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