SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Gusttavo Lima, batizado de Nivaldo, nunca saiu dos holofotes. Nos momentos de ócio, sem discos ou músicas inéditas, ele acumulou polêmicas: subiu ao palco com políticos, teve show cancelado por conta de orçamento astronômico e, nesta segunda-feira (23/9), sua prisão foi decretada em inquérito sobre apostas .
Nascido em Presidente Olegário, Minas Gerais, em 3 de setembro de 1989, o artista iniciou sua carreira musical ainda adolescente. O sucesso também veio cedo, em 2011, quando ficou conhecido pela música “Balada”, com o refrão chiclete “tchê tcherere tchê tchê”.
O hit alcançou o top 10 da Billboard no Brasil, Holanda e Bélgica.
Seguindo o sucesso, fez sua primeira turnê internacional em 2012. Depois, anunciou o álbum “Ao Vivo em São Paulo”, com o single “Gatinha Assanhada”, que vendeu mais de 200 mil cópias e rendeu ao artista disco de platina duplo registro. .
Em 2016, recebeu o Troféu Imprensa de melhor cantor. Criou então o Buteco do Gusttavo Lima, onde recebia convidados para interpretar clássicos da música sertaneja.
Ele também chamou a atenção com fatos curiosos sobre sua vida privada, como quando ganhou massa muscular exclusivamente na parte superior do corpo ou exibiu sua mansão inspirada na Casa Branca, sede da presidência dos Estados Unidos.
Sua influência logo foi procurada por políticos. Em 2018, Gusttavo Lima apoiou a candidatura do então deputado Jair Bolsonaro (PL) ao Palácio do Planalto.
A parceria foi anunciada em fevereiro daquele ano, quando o artista postou um vídeo em que atirava com um rifle. “Hoje, no Brasil, apenas os cidadãos cumpridores da lei estão desarmados”, escreveu ele. Ele encerrou a postagem com a hashtag #Bolsonaro2018.
Ele repetiu o apoio em 2022. Quando o líder da direita perdeu para Lula (PT), porém, Gusttavo Lima anunciou que não falaria mais sobre política. Isso até 1º de setembro de 2024, quando pediu votos para Pablo Marçal, candidato do PRTB a prefeito de São Paulo.
“[Marçal] será o próximo prefeito de São Paulo. Se não ganhar é uma bagunça”, disse o cantor sertanejo durante apresentação em Goiânia.
Na última década, Gusttavo Lima se destacou no mercado de shows e publicidade, sendo um dos artistas mais bem pagos do Brasil. As taxas, no entanto, já foram contestadas.
Em fevereiro deste ano, um show do artista na cidade de Campo Alegre de Lourdes, na Bahia, foi cancelado após o Ministério Público estadual contestar os honorários de R$ 1,3 milhão que ele receberia. O valor foi superior ao orçamento da secretaria de cultura do município.
A mesma situação ocorreu em Teolândia, também na Bahia, que tinha o plano de pagar R$ 704 mil para receber uma apresentação de Gusttavo Lima no Festival da Banana de 2022. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) considerou o gasto infrutífero para a população e bloqueou o espetáculo.
Em 2020, o sertanejo recebeu R$ 1,1 milhão do governo Bolsonaro por participar de campanha publicitária da Mega da Virada em 2020. A taxa foi mantida em sigilo por 100 anos pelo então presidente, mas foi exposta nos primeiros meses do governo petista .
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A Justiça de Pernambuco determinou, na tarde desta segunda-feira, a prisão preventiva do cantor (sem prazo definido). A decisão é da juíza Andrea Calado da Cruz.
Gusttavo Lima é suspeito de ter ajudado duas pessoas sob investigação a permanecerem fora do país. A ordem de prisão acontece no âmbito da Operação Integração, que também prendeu a influenciadora e advogada Deolane Bezerra.
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