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Escrita do Sul
| 26 de janeiro de 2025
A proposta sugere restringir o exame de mamografia para mulheres apenas a partir dos 50 anos e com periodicidade bienal.
Foto: Reprodução
A proposta sugere restringir o exame de mamografia para mulheres apenas a partir dos 50 anos e com periodicidade bienal. (Foto: Reprodução)
O representante federal Rosana Valle (PL-SP) apresentou uma carta na semana passada na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e no Ministério da Saúde para coletar esclarecimentos sobre consulta pública 144, que podem alterar as recomendações para fazer mamografias na rede privada de o país.
A proposta sugere restringir o exame de mamografia para mulheres apenas a partir dos 50 anos e com periodicidade bienal. A possível mudança causou preocupação entre os especialistas. Valle argumenta que a medida “confusa e com o ar de obstrução” pode limitar o acesso de mulheres de 40 a 50 anos ao exame de mamografia, que atualmente é recomendado anualmente por várias entidades médicas.
O deputado também analisa que a norma pode condicionar o exame da autorização do Contrato de Saúde.
“A criação de um selo de qualidade é positiva, mas condicionar sua concessão à solicitação de mamografia apenas dos 50 anos e a cada dois anos segue na direção oposta da recomendação da maioria das entidades médicas”, disse ele.
“Isso é lamentável. Parece uma mentira. Cerca de 40% dos diagnósticos de câncer de mama têm menos de 50 anos. É um revés. ”
A consulta pública 144 avalia a implementação de uma “certificação de boas práticas em atendimento ao câncer”, que estabeleceria como critério a recomendação do exame apenas para mulheres com mais de 50 anos.
O deputado disse que os médicos da rede privada sejam “pressionados pelos planos de saúde a seguir esse padrão”, o que poderia reduzir o número de mamografias autorizadas e impactar negativamente o diagnóstico precoce da doença.
Além de oficiar o CEO da ANS, Paulo Roberto Rebello, e o ministro da Saúde Nísia Trindade, Rosana Valle acessou a consulta pública e se posicionou contra a proposta.
O parlamentar sinaliza que a falta de clareza contribui para a desconfiança da população. “O sindicato precisa melhorar sua comunicação e parar de brincar com a vida dos brasileiros”, disse ele. “Quando perguntado sobre isso, a ANS diz que não muda nada. Então eu pergunto: por que uma consulta pública?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), cerca de 40% dos casos de câncer de mama no Brasil são diagnosticados antes dos 50 anos, reforçando a importância do exame a partir dos 40 anos. Dados do National Cancer Institute (INCA) também aponte que o número de jovens diagnosticadas com a doença aumentou significativamente. Em 2009, 7,9% dos pacientes com câncer de mama tinham até 40 anos, uma porcentagem que aumentou para 21,8% em 2020.
Rosana Valle também apontou que o câncer de mama em mulheres jovens tende a ser mais agressivo, o que torna o diagnóstico precoce essencial. Ela também questionou a motivação por trás da medida.
“Tudo isso parece a grande bagunça da ANS ou, conscientemente, um plano para os convênios obter mais lucro e menos despesas, e ambas as opções são absurdas. Na prática, os médicos privados recomendam que a mamografia seja feita a partir dos 50 anos de idade, possivelmente pressionada pelos operadores, que condicionam a decisão a essa “certificação de boas práticas em oncologia”, disse ele.
De volta tudo do Brasil
O representante pede uma explicação da Agência Nacional para Saúde Suplementar sobre Mudança de Mamografia
2025-01-26
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