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A Editorial Sul
| 23 de outubro de 2024
Lula falou por videoconferência em evento realizado na Rússia
Foto: Reprodução
Lula falou por videoconferência no evento realizado na Rússia. (Foto: Reprodução)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quarta-feira (23), por videoconferência, da reunião de Cúpula do BRICS em Kazan, na Rússia. Lula iria pessoalmente ao evento, porém, teve que cancelar a viagem no sábado (19), após cair no banheiro do Palácio da Alvorada, bater na nuca e precisar de cinco pontos.
O petista fez um breve discurso, de pouco mais de 7 minutos. Ele foi precedido pelo Presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, e seguido pelo Presidente da Etiópia, Taye Atske Seto. A reunião foi coordenada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, que está no comando rotativo do bloco. Em 2025, esse comando será ocupado pelo Brasil.
Em seu discurso, Lula utilizou temas frequentes em suas recentes aparições em fóruns internacionais, incluindo apelos contra as mudanças climáticas; defender a tributação dos super-ricos e o combate à fome; críticas às guerras no Médio Oriente e na Ucrânia; apela à democratização do acesso às vacinas e à inteligência artificial; e a defesa da criação de uma “moeda comum” para as transações entre os países do BRICS, que, portanto, não precisariam usar o dólar para negociar entre si.
“Não há dúvida de que a maior responsabilidade cabe aos países ricos, cujo histórico de emissões culminou na crise climática que hoje nos aflige. Precisamos ir além dos 100 bilhões [de dólares] pagamentos anuais prometidos e não cumpridos. E reforçar medidas de acompanhamento dos compromissos assumidos”, exigiu.
Lula afirmou que o Brics é um “ator incontornável” no cumprimento das metas globais do Acordo de Paris, que incluem limitar o aumento da temperatura média global a um máximo de 1,5 ºC em relação aos níveis pré-industriais.
“Os dados científicos expressam um sentido de urgência sem precedentes. O planeta é um só e o seu futuro depende da ação coletiva. Cabe também aos países emergentes fazerem a sua parte”, disse Lula, lembrando que o Brasil será sede da Cúpula do Clima (COP) de 2025, em Belém (PA).
“Quero agradecer o apoio que os membros do grupo têm dado à presidência brasileira do G20. O seu apoio foi essencial para avançar iniciativas que são fundamentais para reduzir as desigualdades, como a tributação dos super-ricos. Nossos países implementaram políticas sociais bem-sucedidas nas últimas décadas, que podem servir de exemplo para o resto do mundo”.
O petista voltou a criticar a resposta militar de Israel contra o Hamas e o Hezbollah e afirmou que é “crucial” iniciar negociações de paz.
Diante de Putin, Lula citou o conflito entre Ucrânia e Rússia, mas não condenou enfaticamente a invasão, como fez, por exemplo, quando chamou a Faixa de Gaza de “o maior cemitério para crianças e mulheres do mundo”. Informou também que a presidência brasileira dos BRICS, ao longo de 2025, terá como lema “fortalecer a cooperação no Sul Global para uma governança mais inclusiva e sustentável”.
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23/10/2024
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