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A Editorial Sul
| 30 de setembro de 2024
A dívida bruta é de 78,5% do PIB
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
As contas públicas fecharam o mês de agosto com saldo negativo, resultado total do déficit do governo federal. O setor público consolidado – formado pela União, estados, municípios e empresas estatais – registrou déficit primário de R$ 21,425 bilhões no mês passado. O valor, porém, é inferior ao resultado negativo de R$ 22,830 bilhões registrado no mesmo mês de 2023.
As Estatísticas Fiscais foram divulgadas nesta segunda-feira (30) pelo BC (Banco Central). O déficit primário representa o resultado negativo das contas do setor público (despesas menos receitas), desconsiderando o pagamento de juros da dívida pública.
Segundo o BC, nos primeiros oito meses deste ano, o setor público consolidado apresentou déficit primário de R$ 86,222 bilhões. Em 12 meses – encerrados em agosto – as contas acumularam um déficit primário de R$ 256,337 bilhões, o que corresponde a 2,26% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país).
No ano passado, as contas públicas fecharam o ano com déficit primário de R$ 249,124 bilhões, 2,29% do PIB.
Em agosto passado, a conta do Governo Central (Segurança Social, Banco Central e Tesouro Nacional) apresentou déficit primário de R$ 22,329 bilhões ante resultado negativo de R$ 26,182 bilhões em agosto de 2023. O valor contribuiu para todo o déficit das contas públicas consolidado.
Os governos estaduais registraram superávit em agosto de R$ 3,386 bilhões, ante superávit de R$ 1,831 bilhão em agosto do ano passado. Por outro lado, os governos municipais tiveram resultado negativo de R$ 2,951 bilhões em agosto deste ano. No mesmo mês de 2023, houve superávit de R$ 654 milhões para essas entidades.
Com isso, no total, os governos regionais – estaduais e municipais – tiveram superávit de R$ 435 milhões no mês passado contra resultado positivo de R$ 2,485 bilhões em agosto de 2023. O resultado contribuiu para reduzir o déficit do setor público consolidado.
No mesmo sentido, as estatais federais, estaduais e municipais – excluídas dos grupos Petrobras e Eletrobras – tiveram superávit primário de R$ 469 milhões em agosto, ante superávit de R$ 866 milhões no mesmo mês de 2023.
Despesas de juros
As despesas com juros foram de R$ 68,955 bilhões em agosto deste ano, uma redução em relação aos R$ 83,731 bilhões registrados em agosto de 2023. De julho a agosto de 2024, também houve uma redução significativa. Naquele mês, as despesas com juros foram de R$ 80,124 bilhões.
Segundo o BC, não é comum que a conta de juros apresente grandes variações, principalmente negativas, já que os juros são apropriados mensalmente. Mas, nesse resultado, estão os efeitos da atuação do Banco Central no mercado de câmbio (swap cambial, que é a venda de dólares no mercado futuro) que, neste caso, contribuiu para a melhoria da conta de juros em Agosto. Os resultados dessas operações são transferidos para o pagamento dos juros da dívida pública, como receita quando há ganhos e como despesa quando há perdas.
Em agosto de 2023, a conta de swaps teve perdas de R$ 10,5 bilhões, enquanto no mesmo mês deste ano, os ganhos foram de R$ 1,7 bilhão.
O resultado nominal das contas públicas – formado pelo resultado primário e despesas com juros – teve redução na comparação interanual. No mês de agosto, o déficit nominal foi de R$ 90,381 bilhões contra o resultado negativo de R$ 106,561 bilhões no mesmo mês de 2023.
Nos 12 meses encerrados em agosto, o setor público acumulou déficit de R$ 1,111 trilhão, ou 9,81% do PIB. O resultado nominal é levado em consideração pelas agências de classificação de risco na análise da dívida de um país, indicador observado pelos investidores.
Dívida pública
A dívida líquida do setor público – saldo entre o total de créditos e dívidas dos governos federal, estaduais e municipais – atingiu R$ 7,026 trilhões em agosto, o que corresponde a 62% do PIB. Em julho, o percentual da dívida líquida em relação ao PIB era de 61,8% (R$ 6,962 trilhões).
No mês de agosto deste ano, a dívida bruta do governo geral (DBGG) – que contabiliza apenas o passivo dos governos federal, estaduais e municipais – atingiu R$ 8,898 trilhões ou 78,5%, aumento em relação ao mês anterior (R$ 8,826 trilhão ou 78,4% do PIB). Assim como o resultado nominal, a dívida bruta é utilizada para fazer comparações internacionais.
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Contas públicas têm déficit de R$ 21,4 bilhões em agosto
30/09/2024
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