Conta da tragédia do Rio Grande do Sul para o governo federal já chega a R$ 20 bilhões de “dinheiro novo”

Conta da tragédia do Rio Grande do Sul para o governo federal já chega a R$ 20 bilhões de “dinheiro novo”



A calamidade no Rio Grande do Sul exigiu que o governo federal liberasse R$ 20 bilhões em “dinheiro novo” do Orçamento até o momento. O valor pode aumentar, pois não há limite estipulado para ações nem cálculo do real impacto da tragédia na vida das pessoas, das empresas e da infraestrutura do Estado.

Os gastos, mesmo fora da meta de resultado primário (neste ano, a meta do governo é zerar o déficit, com tolerância de 0,25% do PIB), deverão impactar o déficit real das contas públicas e exigir maiores esforços de controle da dívida. , que cresce e é impactado pelas medidas.

Além disso, a tragédia deverá levar o Rio Grande do Sul a uma recessão económica em 2024, o que afetará também a economia nacional.

Os R$ 20 bilhões consideram apenas medidas que exigiram novos recursos do Orçamento, não previstos anteriormente, como financiamento para empresas, auxílio a moradores de rua, obras rodoviárias e repasses ao governo do Rio Grande do Sul e municípios gaúchos.

Não inclui, portanto, adiantamentos de crédito, refinanciamentos de dívidas e pagamentos de recursos já programados.

As despesas

A maior despesa é a compra de arroz importado, totalizando R$ 6,7 bilhões. Em seguida vem o Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Pronampe), com investimento de R$ 4,5 bilhões. O apoio financeiro às famílias deslocadas ou desabrigadas após as enchentes, denominado Ajuda à Reconstrução, custará R$ 1,2 bilhão.

Até o momento, mais de R$ 1,2 bilhão foram destinados às rodovias federais. O uso das Forças Armadas para ajudar as vítimas exigiu R$ 1,1 bilhão do Orçamento. Há também repasses ao Estado, municípios, seguro-desemprego e assistência médica, entre outras despesas.

O impacto de R$ 20 bilhões considera despesas autorizadas em um mês, segundo o Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop) do governo federal.

Para se ter uma ideia, o valor se aproxima do valor gasto com auxílio emergencial e repasses ao Estado e municípios gaúchos durante a pandemia de covid-19 (R$ 21,7 bilhões).

Contas Públicas

A calamidade significa que estas despesas não precisam de ser compensadas através do corte de outras despesas ou do aumento de receitas, mas o governo precisa de obter dinheiro de algum lugar.

“O governo está com um déficit maior e isso aparece na trajetória futura da dívida, mesmo que não apareça na conta da meta de resultado primário”, diz João Pedro Leme, analista da Tendências Consultoria.

“E ainda há medidas financeiras que não aparecem na conta, mas que têm impacto no planeamento fiscal, como a suspensão da dívida do Estado e a redução dos juros dessa dívida.”

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que compreende governo federal, INSS, Estados e municípios, atingiu 76% do PIB em abril de 2024.

O analista chama a atenção para o contexto em que ocorreu a tragédia gaúcha. O governo é pressionado pelo crescimento de despesas rígidas, como benefícios previdenciários e gastos mínimos com saúde e educação, e pode agora ter que conviver com uma taxa básica de juros mais alta do que o inicialmente esperado, o que impacta diretamente no custo da dívida.



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