Como funciona a Lei da Ficha Limpa e veja o que pode mudar?

Como funciona a Lei da Ficha Limpa e veja o que pode mudar?


Mudanças na legislação podem beneficiar o ex -presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

A lei de registros limpos retornou aos holofotes com a lei do vice-vice-Nunes Federal Bibo (PL-RS), que pretende mudar a legislação. O padrão atual, que restringe as candidaturas de políticos condenados, foi criticado pelo ex -presidente Jair Bolsonaro (PL) em um vídeo publicado na semana passada.

A Lei Complementar nº 135 de 2010, conhecida como Lei de Registros Limpe, Alterou a Lei Complementar nº 64 de 1990, a lei de inelegibilidade chamada, estabelecendo novos critérios para impedir aplicações de políticos condenados.

A lei surgiu após uma mobilização da sociedade civil e teve mais de 1,6 milhão de assinaturas antes de ser apresentado ao Congresso. Saudada em 2010, a norma é um dos marcos da luta contra a corrupção no país.

A legislação determina a inelegibilidade de oito anos de políticos condenados por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, racismo, tortura, entre outros, depois de cumprir a sentença.

Essa inelegibilidade também se aplica a indivíduos que tiveram suas contas rejeitadas por um ato intencional de má conduta administrativa, com a condenação de um órgão colegiado – isto é, por mais de um juiz.

Mudanças

A proposta PLP No. 141/23 altera o artigo 22 da Lei de Deslegibilidade – modificado pela Lei de Registros Limpe, reduzindo o período para dois anos após a eleição em que ocorreu o crime de abuso de poder econômico e uso indevido da mídia.

O projeto foi apresentado em julho de 2023, logo após o primeiro julgamento do Tribunal Eleitoral Superior (TSE), que ordenou a Bolsonaro a oito anos de inelegibilidade. O deputado argumenta que a redução do período é suficiente “para os propósitos que visam inelegibilidade”.

Com a redução, os políticos condenados poderiam ser capazes de concorrer para a próxima eleição, dependendo do período de condenação e do calendário eleitoral, como Bolsonaro. Condenado pelo abuso de poder político e uso indevido da mídia, o ex -presidente não pode concorrer às eleições até 2030.

O projeto é processado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, que analisa a viabilidade legal da proposta. O deputado federal Filipe Barros (PL-PR), Relator do Projeto de Lei, ainda não apresentou uma opinião. (Conteúdo Estadão)