Comissão aprova plano de trabalho da regulamentação da reforma tributária

Comissão aprova plano de trabalho da regulamentação da reforma tributária


Discussões no Senado começam na próxima semana

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça do Senado) aprovou nesta quarta-feira (23) o plano de trabalho do projeto de lei que regulamenta a reforma tributária, apresentado pelo relator da matéria, senador Eduardo Braga (MDB-AM). Os debates começam na próxima semana.

O Projeto de Lei Complementar 68/2024 foi encaminhado ao Senado em agosto, mas por acordo com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), o texto só começaria a ser ser processado ao final do calendário eleitoral municipal.

O projeto regulamenta a PEC (Proposta de Emenda à Constituição 45/2019), que originou a reforma tributária e promulgada pelo Congresso Nacional como Emenda Constitucional 132/2023.

Ao apresentar o plano de trabalho, o relator da matéria Eduardo Braga disse que enquanto aguardava o início da tramitação recebeu cerca de 550 representantes de diversos setores da sociedade civil, que apresentaram suas demandas técnicas.

“A expectativa é que possamos votar a matéria o mais rápido possível, sem pressa ou pressa, com a ampla participação de todos que desejam participar na construção de um consenso em torno do projeto”, disse.

Pelo plano apresentado, serão realizadas 11 audiências públicas, a partir da próxima semana, para tratar dos novos impostos sobre consumo previstos na reforma, o Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS). ; interesses dos setores produtivos e o impacto da reforma tributária no Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país); esquemas diferenciados e com forte impacto social, como cesta básica nacional, educação, saúde e cashback; impactos da reforma no sector da saúde e nos serviços financeiros.

Também serão discutidos os impactos do IBS e do CBS nos segmentos relacionados à infraestrutura – energia, saneamento e telecomunicações – e ao setor imobiliário; imposto seletivo; Simples Nacional e Zona Franca de Manaus.

“Não toleraremos retrocessos, seja nas políticas de desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste, seja na proteção do Simples Nacional e da Zona Franca de Manaus. Também faremos cumprir a restrição da carga tributária, incluída pelo Senado Federal no texto constitucional, com o objetivo de evitar futuros aumentos de impostos e garantir a neutralidade da futura carga tributária sobre o consumo”, defendeu Eduardo Braga.

A previsão é que os debates terminem no dia 14 de novembro. O senador também incluiu em seu plano de trabalho a realização de duas sessões temáticas no plenário do Senado, quando serão ouvidos governadores e prefeitos.

Processamento

Durante a reunião na CCJ, o senador Izalci Lucas (PL-DF) apelou ao presidente do colegiado para que solicitasse ao senador Rodrigo Pacheco que, além da CCJ, o texto tramitasse também na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos).

“Essa matéria é claramente econômica e, por lei, deveria passar pelo mérito na CAE. Precisamos discutir isso na CAE”, argumentou. Eduardo Braga rebateu a proposta, lembrando que durante a tramitação da PEC da Reforma Tributária, o CAE foi ouvido e que parte das contribuições foram acatadas no relatório.