Quem teve contato com as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul deverá receber prioritariamente algumas vacinas contra infecções e doenças respiratórias, conforme nota técnica da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) divulgada no último dia 13, em conjunto com outras entidades médicas .
O documento indica a vacinação de moradores de rua, abrigados, voluntários de abrigos, socorristas, médicos, veterinários e grupos prioritários, como crianças, idosos e gestantes.
A recomendação para prevenção de surtos é a aplicação de doses contra Covid, gripe, sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral), hepatites A e B, tétano e febre tifóide.
Porém, em caso de dificuldade na operacionalização dessas vacinas, a pedido do PNI (Plano Nacional de Imunização), a SBIm, em conjunto com a SGI (Sociedade Gaúcha de Infectologia) e a SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), listou as vacinas prioritárias e em quais grupos cada um deles deve ser administrado.
Quem deve aceitar?
Vacinas contra influenza e Covid
– socorristas (profissionais e voluntários);
– pessoas que trabalham em abrigos (profissionais e voluntários);
– pessoas abrigadas (pessoas resgatadas e mantidas em abrigos);
– pessoas em situação de rua (pessoas resgatadas e agora hospedadas com parentes ou outros conhecidos);
– grupos prioritários para vacinação definidos pelo PNI.
Recomendado a partir dos seis meses de idade
Vacina contra hepatite A
– pessoas imunocomprometidas, devido a doença ou tratamento, e para pessoas com doenças crónicas específicas que estão abrigadas ou sem abrigo;
– socorristas (profissionais e voluntários);
– abrigado;
– gestantes de 18 a 40 anos (abrigadas ou em situação de rua);
– pessoas dos 18 aos 40 anos (alojadas ou sem-abrigo);
Em situações excepcionais de emergência de saúde pública, na ausência de formulação de vacina contra hepatite A para adultos, a vacina pediátrica poderá ser utilizada com o dobro da dose (aspirar 2 frascos para completar 1,0 mL), com aplicação intramuscular.
Vacina contra tétano (para não vacinados nos últimos cinco anos ou sem cartão de vacinação)
– socorristas (profissionais e voluntários);
– população resgatada com ferimentos;
– gestantes abrigadas (tpa a partir de 20 semanas).
Vacina anti-rábica
– Profilaxia pré-exposição para veterinários e técnicos veterinários, pessoas que trabalham diretamente com animais resgatados, trabalham em abrigos de animais ou resgatam animais afetados pela enchente.
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– Profilaxia pós-exposição em caso de acidentes e/ou agressões envolvendo animais, em pessoas sem relato e/ou documentação de vacinação pré-exposição. Dependendo do acidente, pode ser necessário o uso de soro antirrábico.
Aqueles que não possuem cartão de vacinação disponível devem ser considerados não vacinados para os imunizantes recomendados.
Para a vacinação de rotina nos períodos de enchentes, crianças e adolescentes sem carteira vacinal devem ser tratados como se estivessem em dia com as vacinas e receber apenas as doses indicadas de rotina para a idade atual.
Requisitos para tomar cada vacina
O documento contraindica vacinas de vírus vivos atenuados para gestantes e indivíduos imunocomprometidos, como as voltadas para varicela, tríplice (sarampo-rubéola-caxumba) ou tetraviral (sarampo-rubéola-caxumba-varicela), febre amarela e dengue. Esses tipos de vacinas contêm agentes infecciosos vivos, mas extremamente enfraquecidos.
As crianças imunossuprimidas também não devem receber vacinas orais contra rotavírus e poliomielite. A triagem deve ser realizada por auto-relato.
Além disso, qualquer pessoa que tenha sido mordida por animais ou ferida por instrumentos cortantes deve considerar a vacinação contra a raiva e o tétano, respectivamente.
O risco de raiva é maior entre pessoas que resgatam animais ou que tratam de animais resgatados e podem ser acidentalmente feridas por eles. Não é qualquer animal que é vetor da raiva, mas apenas cães, gatos, morcegos, macacos, gado e raposas.
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