Casos de febre oropouche no Brasil aumentam mais de 769% em 2024

Casos de febre oropouche no Brasil aumentam mais de 769% em 2024


O Brasil investiga três mortes que podem estar relacionadas à doença; são dois na Bahia e um em Santa Catarina

Foto: Divulgação

O Brasil investiga três mortes que podem estar relacionadas à doença; são dois na Bahia e um em Santa Catarina

O número de casos de febre oropouche aumentou mais de 769% no Brasil em 2024, em relação a 2023. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (23) indicam que 7.236 ocorrências foram confirmadas em 16 estados este ano. Ao longo do ano passado, foram 832 casos.

O Ministério da Saúde destaca que não há mortes confirmadas, mas pelo menos três óbitos estão em investigação. São dois na Bahia e um em Santa Catarina. A pasta afirma que para confirmar um óbito pela doença é necessária uma avaliação criteriosa dos aspectos clínico-epidemiológicos, considerando a história pregressa do paciente e a realização de exames laboratoriais específicos.

A maioria dos registros de casos ocorreu em estados da região Norte. Só o Amazonas tem 3.224 registros este ano; Roraima vem em segundo lugar, com 1.709. O terceiro lugar com mais ocorrências é a Bahia, com 830 casos. O estado, em 2023, porém, não tinha registros da infecção.

Qual é a doença

A febre Oropouche é causada pelo vírus orthobunyavirus oropoucheense. A principal forma de transmissão é por meio de flebotomíneos, mas existem outros tipos de mosquitos que também podem transmitir o microrganismo. Macacos e preguiças são os principais hospedeiros. O vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias após ele picar uma pessoa ou animal infectado. Se esse mosquito picar outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus a ela.

Os principais sintomas são dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações, náuseas e diarreia. São características semelhantes às manifestadas na infecção por dengue ou chikungunya. O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais e qualquer resultado positivo deve ser comunicado às autoridades.

Segundo o Ministério da Saúde, o microrganismo foi detectado pela primeira vez no Brasil em 1960, durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Foi identificado em uma amostra de uma preguiça e, desde então, há registros de casos isolados e surtos mais localizados em estados da região amazônica.

Prevenção

O Ministério da Saúde afirma que a principal forma de prevenção é evitar a exposição em áreas onde há muitos mosquitos; Cobrir a maior parte do corpo e usar repelente são outras dicas, além de evitar criadouros do mosquito, como água parada.