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A Editorial Sul
| 17 de novembro de 2024
“A declaração serve para deixar bem claro de que lado ele está”, disse o petista.
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
“A declaração serve para deixar bem claro de que lado ele está”, disse o petista. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, voltou a criticar na última sexta-feira (15) o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Desta vez, o petista disse que é “descarado” o chefe da autoridade monetária dizer que a redução da jornada de trabalho prejudicaria os trabalhadores.
“Que Roberto Campos Neto não entende nada da vida e das necessidades de quem trabalha para ganhar a vida num país com os juros mais altos do mundo, isso não é novidade para ninguém. Mas dizer que o fim da jornada de trabalho 6×1 vai prejudicar os trabalhadores é ousadia demais”, disse a presidente do PT em seu perfil no X, antigo Twitter.
“A declaração serve, pelo menos, para deixar bem claro de que lado ele está, e não é do lado dos trabalhadores ou do Brasil”, disse o petista.
Um dia antes, quinta-feira (14), o presidente do BC falou sobre a discussão em torno da jornada de trabalho durante palestra. “É um projeto que considero muito prejudicial para os trabalhadores, porque no final vai aumentar o custo do trabalho, a informalidade e reduzir a produtividade”, declarou o presidente do Banco Central na época.
Campos Neto é alvo frequente de críticas de Gleisi Hoffmann por causa da taxa de juros fixada pelo BC. PTistas identificam o chefe da autoridade monetária como aliado do bolsonarismo, pela proximidade que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro na gestão anterior. Campos Neto deixará o cargo no final do ano e será substituído por Gabriel Galípolo, que conta com a confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Próximas etapas
A proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da escala 6×1 — um dia de folga a cada seis dias úteis — foi um dos temas mais comentados nas redes sociais e gerou diversos tipos de debates na última semana. O projeto, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), já recebeu o apoio necessário para começar a tramitar no Congresso. Foram exigidas as assinaturas de pelo menos 171 dos 513 deputados.
Embora já tenha conseguido reunir as assinaturas necessárias para ser apresentada formalmente, a PEC ainda precisa passar por diversas etapas legislativas antes de se tornar realidade. O primeiro passo após a coleta de assinaturas é a apresentação oficial da PEC, que depois será analisada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A CCJ é responsável por avaliar a admissibilidade da proposta.
Depois, passa por comissões especiais, que discutem o mérito e podem alterar o texto original, visando melhorias ou maiores chances de aprovação e apoio interno entre os deputados. A proposta deverá passar por uma série de audiências públicas, onde serão ouvidos sindicatos, associações e especialistas para enriquecer o debate e fornecer subsídios para que os parlamentares decidam.
Após análise nas comissões, a PEC é levada ao plenário da Câmara, onde votarão os deputados. A aprovação depende do voto favorável de 308 dos 513 deputados. Se aprovada, a proposta seguirá para o Senado, onde passará por processo semelhante.
Caso haja divergência entre as duas Casas, a PEC poderá passar por um processo de ajustes sucessivos, com novas votações e avaliações até que ambas as Casas cheguem a um consenso sobre o texto final. Assim que a PEC for aprovada definitivamente nas duas Casas, sem modificações ou depois de resolvidas as emendas, ela será promulgada.
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“É uma pena o presidente do Banco Central dizer que reduzir a jornada de trabalho prejudicaria os trabalhadores”, diz a presidente do PT, Gleisi Hoffmann
17/11/2024
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