Cantor Leonardo é incluído pelo governo na “lista suja” do trabalho escravo após fiscalização em fazenda

Cantor Leonardo é incluído pelo governo na “lista suja” do trabalho escravo após fiscalização em fazenda


Dormitório com “cobertura precária” e janela quebrada em que dormia um trabalhador na fazenda de Leonardo, localizada em Goiás.

Foto: Reprodução

Dormitório com “cobertura precária” e janela quebrada em que dormia um trabalhador na fazenda de Leonardo, localizada em Goiás. (Foto: Reprodução)

Emival Eterno da Costa, o cantor Leonardo, foi incluído pelo governo na “lista suja” do trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgada nesta segunda-feira (7). O documento explica que a entrada do cantor na lista se deve a uma fiscalização realizada na Fazenda Talismã, avaliada em R$ 60 milhões e localizada em Jussara, na Região Noroeste de Goiás.

A propriedade tem mil hectares, está avaliada em R$ 60 milhões e a principal atividade da fazenda é a pecuária. São mais de 5 mil cabeças de gado no local, que estão disponíveis para criação, engorda e venda em leilões. A fazenda se chama Talismã, um dos maiores sucessos da dupla Leandro & Leonardo, de 1990.

Pedro Vaz, advogado do cantor Leonardo, relatou que a situação é estranha porque, desde 22 de agosto de 2022, a área em questão está arrendada para o cultivo de soja, e portanto não é responsabilidade de Leonardo administrar os funcionários envolvidos. Segundo a defesa do cantor, quando o Ministério Público do Trabalho respondeu, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), e “todos os problemas foram resolvidos”, mesmo não sendo de responsabilidade direta de Leonardo, dada a locação da fazenda. A informação foi repassada ao g1.

“Como a placa estava no nome de Leonardo, o Ministério Público do Trabalho propôs a ação. Na audiência apresentamos o contrato de locação e depois ficou tudo esclarecido, mas para evitar qualquer tipo de problema, pagamos todos os valores de indenização naquele momento e tudo foi resolvido”, explicou o advogado.

Ainda segundo o advogado, as indemnizações devidas foram pagas e o acordo proposto pelo Ministério Público foi aceite, resultando no arquivamento dos processos. A defesa informou que “estão sendo tomadas as medidas necessárias para retirar o nome de Leonardo da referida lista”.

A lista, onde aparece o nome do cantor, traz 176 nomes de empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão. O documento detalhou ainda que, na Fazenda Talismã, foram encontrados seis trabalhadores em condições análogas à escravidão.