Campos Neto diz confiar que compromisso com meta de inflação seguirá após sua saída do Banco Central

Campos Neto diz confiar que compromisso com meta de inflação seguirá após sua saída do Banco Central


Segundo o presidente do Banco Central, a instituição cresceu com autonomia e demonstrou comportamento técnico, longe do “ruído político”.

Foto: Pedro França/Agência Senado

Segundo o presidente do Banco Central, a instituição cresceu com autonomia e demonstrou comportamento técnico, longe do “ruído político”. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira (9) que está confiante de que a autoridade monetária manterá o compromisso de atingir a meta de inflação após sua saída da instituição. Seu mandato termina no final do ano.

Em julho, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira, a inflação acumulada nos 12 meses anteriores foi de 4,5%, atingindo assim o teto de tolerância da meta perseguida pelo BC em 2024, que é de 3% (com 1,5 ponto percentual para mais que tolerância).

“O Banco Central votou de forma coesa e unânime, demonstrando seu compromisso com o alcance da meta. Tenho confiança de que isso será feito depois que eu sair”, disse ele, durante evento do Prêmio Economista 2024, organizado pela Ordem dos Economistas do Brasil (OEB).

Campos Neto avaliou que o Brasil enfrenta atualmente um problema maior de expectativas em relação às políticas fiscal e monetária, pois os números da economia brasileira são melhores do que os preços indicam.

Do ponto de vista da política fiscal, o presidente do BC reconheceu que o governo tem feito um esforço para ancorar as expectativas. Sobre a condução da política monetária, avaliou que a autoridade monetária tem tentado resolver qualquer tipo de ruído em relação às suas decisões técnicas nos últimos meses.

Campos Neto também reiterou a importância de proteger a credibilidade do BC com decisões técnicas, além de questões políticas. “O Banco Central tem demonstrado um comportamento muito técnico, tem procurado ficar um pouco distante dos ruídos políticos e do dia a dia. A instituição cresceu muito com autonomia”, avaliou.