Câmara dos Deputados quer ouvir “diretor do arroz” sobre polêmica envolvendo leilão

Câmara dos Deputados quer ouvir “diretor do arroz” sobre polêmica envolvendo leilão


Diretor demitido da Conab, Thiago José dos Santos disse estar “à disposição” para esclarecer os procedimentos do leilão cancelado pelo governo federal

Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

Diretor demitido da CONAB, Thiago José dos Santos disse estar “à disposição” para esclarecer os procedimentos do leilão cancelado pelo governo federal

A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados analisará nesta terça-feira (02) pedido para que Thiago José dos Santos, destituído do cargo de diretor-executivo de Operações e Abastecimento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), seja ouvido em audiência pública sobre o polêmico leilão de arroz, suspenso pelo governo após denúncias de fraude.

Thiago disse que já foi procurado por parlamentares e afirmou que se colocou à disposição para esclarecer os procedimentos relacionados ao leilão e sua atuação como chefe da diretoria responsável pelo certame.

Sobre sua demissão, anunciada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, o ex-diretor disse que “tropeçou na casca de banana”, e que está com a consciência tranquila em relação ao trabalho que desenvolveu na Conab.

“Saio muito tranquilamente. Estou satisfeito com minha entrega durante toda minha passagem pela Conab. É uma pena, um incômodo, não avaliaram nenhuma questão técnica, nem minha capacidade operacional. Escorreguei em uma casca de banana”, disse ela.

Thiago foi assessor do ex-deputado federal Neri Geller, demitido da Secretaria de Política Agrária do Ministério da Agricultura, e indicado por Geller para o cargo. Sobre as supostas irregularidades no leilão, alvo de investigação da Polícia Federal, Santos afirmou que seguiu ordens do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

“O que é dito de cima para baixo, temos que acompanhar. Seguimos as instruções do ministro. A questão do preço [definido pelo ministério] prejudicou a competitividade do leilão. No final, ficaram terrenos baldios, mas dizer que houve cartel é falta de tempo”, afirmou.