Caixa reduzirá limite para financiamento de imóveis de até R$ 1,5 milhão

Caixa reduzirá limite para financiamento de imóveis de até R$ 1,5 milhão


O cliente também não poderá ter outros financiamentos habitacionais ativos na Caixa.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O cliente também não poderá ter outros financiamentos habitacionais ativos na Caixa. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Caixa Econômica Federal anunciou que fará alterações no financiamento de imóveis de até R$ 1,5 milhão a partir de novembro e exigirá entrada maior dos compradores. Segundo o banco, os empréstimos feitos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para compra ou construção individual só serão feitos para imóveis com valor de avaliação ou compra e venda limitado a R$ 1,5 milhão. O cliente também não poderá ter outros financiamentos habitacionais ativos na Caixa.

Além disso, ocorrerá outra alteração nas cotas de financiamento aceitas pelo banco. A partir de novembro, a Caixa financiará apenas até 70% do valor do imóvel por meio do Sistema de Amortização Constante (SAC). No modelo atual, válido até o final deste mês, a cota permitida é de até 80% do valor do imóvel. Utilizando o sistema Price, o banco financiará até 50% do valor do imóvel. Neste caso, a cota foi de 70%.

Pelo sistema SAC, o valor total das parcelas pagas diminui ao longo do tempo, devido à parcela decrescente dos juros. No sistema Price o valor total é constante durante o período contratado.
Na prática, isso significa que os compradores precisarão dar uma entrada maior no imóvel.

Modelo SAC

– Modelo atual: se um imóvel vale R$ 800 mil, a Caixa financia até R$ 640 mil (80%). Nesse caso, o mutuário paga 20% do valor do imóvel como entrada, ou seja, R$ 160 mil.
– Novo modelo: a partir de novembro, o mesmo imóvel de R$ 800 mil terá até R$ 560 mil (70%) financiados pela Caixa. Os outros 30%, por sua vez, ficam por conta do mutuário (R$ 240 mil).

Modelo de preço

– Modelo atual: se um imóvel vale R$ 800 mil, a Caixa financia até R$ 560 mil (70%). Nesse caso, o mutuário paga 30% do valor do imóvel como entrada, ou seja, R$ 240 mil.
– Novo modelo: a partir de novembro, o mesmo imóvel de R$ 800 mil terá até R$ 400 mil (50%) financiados pela Caixa. Os outros 50%, por sua vez, ficam por conta do mutuário (R$ 400 mil).
Segundo a Caixa, a mudança nas cotas de financiamento e a limitação do valor do imóvel em R$ 1,5 milhão não se aplicam aos domicílios vinculados a empreendimentos financiados pelo banco. Neste caso, manter-se-ão as condições atualmente em vigor. Os imóveis já adquiridos também não terão as regras de financiamento alteradas. A Caixa informou que as novas medidas não terão prazo de validade, ou seja, as alterações poderão ser permanentes.

A redução das cotas de financiamento e a limitação do valor do imóvel acontecem diante da crescente demanda por imóveis no mercado brasileiro e do maior volume de saques em cadernetas de poupança —fonte dos recursos utilizados pela Caixa para empréstimos via SBPE.

Segundo dados recentes do Banco Central do Brasil (BC), a caderneta de poupança registrou em setembro o maior volume de saques líquidos do ano, totalizando R$ 7,1 bilhões. Este também foi o terceiro mês consecutivo de saques.

Em nota, a Caixa informou que a carteira de crédito habitacional do banco deverá superar o orçamento aprovado para o ano de 2024. Atualmente, a instituição é responsável por quase 70% do mercado.

Até setembro, o banco concedeu R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, o que representa um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período de 2023. Foram 627 mil financiamentos imobiliários.

Em relação aos contratos com recursos de poupança (SBPE), a Caixa tem participação de mercado de 48,3%, correspondente a R$ 63,5 bilhões de operações realizadas pelo banco até setembro.