Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,5 bilhões de valores a receber

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,5 bilhões de valores a receber


A maioria das pessoas e empresas que ainda não sacaram tem direito a pequenas quantias. (Foto: EBC)

Cidadãos de todo o país ainda não sacaram R$ 8,5 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o final de junho. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (7) pelo Banco Central (BC). Até o momento, o Sistema de Valores a Receber (SVR) retornou R$ 7,4 bilhões, de um total de R$ 15,9 bilhões disponibilizados pelas instituições financeiras.

O SVR é um serviço do BC no qual o cidadão pode verificar se ele, sua empresa ou pessoa falecida tem dinheiro esquecido em banco, consórcio ou outra instituição e, em caso afirmativo, saber como solicitar o valor. Para ter acesso a recursos de pessoas falecidas é necessário ser herdeiro, testamenteiro, executor ou representante legal.

As estatísticas do SVR são divulgadas com um atraso de dois meses. Em relação ao número de beneficiários, até o final de junho, 21.655.768 correntistas haviam resgatado valores, menos da metade do total de 66.362.955 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já sacaram valores, 20.146.702 são pessoas físicas e 1.509.066 são pessoas jurídicas. Entre os que ainda não realizaram o resgate, 41.285.530 são pessoas físicas e 3.421.657 são pessoas jurídicas.

A maioria das pessoas e empresas que ainda não sacaram tem direito a pequenas quantias. Valores a receber de até R$ 10 respondem por 63,1% dos beneficiários. Valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,06% dos correntistas. Valores entre R$ 100,01 e R$ 1.000 representam 10,04% dos clientes. Apenas 1,8% têm direito a receber mais de R$ 1 mil.

Em junho foram sacados R$ 268 milhões, uma redução em relação ao mês anterior, quando foram sacados R$ 328 milhões.

O SVR abrange os valores disponíveis em contas correntes ou de poupança encerradas; cotas de capital e rateio de superávits líquidos de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não solicitados de grupos de consórcios encerrados; tarifas cobradas incorretamente; parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente; contas fechadas de pagamento pré-pagas ou pós-pagas, contas cadastrais fechadas mantidas por corretoras e distribuidoras e outros recursos disponíveis nas instituições para retorno.

O Banco Central alerta correntistas para tomarem cuidado com fraudadores que afirmam atuar como intermediários de supostos resgates de valores esquecidos. A organização ressalta que todos os serviços do Valors a Receber são totalmente gratuitos, não envia links nem entra em contato para discutir valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC esclarece ainda que apenas a instituição financeira que consta na consulta do Sistema de Valores a Receber poderá entrar em contato com o cidadão. O órgão pede ainda que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer esse tipo de solicitação.